Imagens aquáticas mostram o cardume que formou manchas no mar do Rio: ‘Encostam, beliscam, é tipo um beijinho’
DE mergulhou em Copacabana ao lado de cardumes de manjubinha. Menina de 9 anos também se aventurou: ‘Eu fiquei muito feliz. Saber que os peixes conseguem sobreviver numa praia muito populosa é muito legal’, contou Nina.
Dança das manjubinhas: cardumes encantam cariocas e turistas na orla do Rio
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Dança das manjubinhas: cardumes encantam cariocas e turistas na orla do Rio
Milhares de peixes transformaram o mar de Copacabana em um espetáculo raro nos últimos dias. Vistos do alto, eles formaram grandes manchas escuras que chamaram a atenção de quem passava pela orla. De perto, porém, o cenário revelou uma cena bem diferente: um enorme cardume de manjubinhas dançando na água cristalina, em imagens que pareciam uma pintura em movimento.
As praias cheias, os prédios ao fundo e o mar transparente ajudaram a compor um cenário tipicamente carioca. Do Globocop, a imagem era de uma massa escura que mudava de forma o tempo todo. Já dentro d’água, banhistas — e também a equipe do DE2, que mergulhou para registrar o fenômeno — se viram cercados por milhares de peixes pequenos e prateados.
EMOÇÃO DENTRO D’ÁGUA
1 de 8 Cardume de manjubinhas no mar de Copacabana — Foto: Ricardo Gomes/Instituto Mar Urbano
Cardume de manjubinhas no mar de Copacabana — Foto: Ricardo Gomes/Instituto Mar Urbano
Quem teve a chance de nadar no meio do cardume descreveu a experiência como única. A percussionista Iris Regina contou que sentiu os peixes encostando enquanto nadava.
> “Aquilo me beliscando, aquela naturalidade, aquela coisa gostosa. Eles encostam, beliscam, é tipo um beijinho. É muito vivo, é sem palavras”, disse.
A bombeira hospitalar Patrícia Alves também se surpreendeu.
2 de 8 Cardume de manjubinhas no mar de Copacabana — Foto: Ricardo Gomes/Instituto Mar Urbano
Cardume de manjubinhas no mar de Copacabana — Foto: Ricardo Gomes/Instituto Mar Urbano
“Foi uma sensação maravilhosa. Achei muito lindo. Já tinha visto na televisão, mas ao vivo foi sensacional”, afirmou.
Para o administrador Lorenzo Donato, a cena teve um ar quase mágico.
> “A gente imagina, mas nunca pensa que vai ver de perto. É algo bem mágico, avassalador. É a magia de ser carioca”, resumiu.
POR QUE OS CARDUMES APARECEM ALI?
Segundo o biólogo Ricardo Gomes, o fenômeno é causado pela presença da manjubinha, um peixe que se alimenta de plâncton e de micro-organismos presentes na água do mar e que está na base da cadeia alimentar.
> “Quando você vê um cardume pequeno de manjuba, ele passa despercebido. Mas um cardume desse tamanho, de quilômetros, é um comportamento coletivo: vira para um lado, vira todo mundo para o mesmo lado”, explicou.
A manjubinha é um peixe pequeno, prateado, que pode chegar a até cinco centímetros de comprimento. Vive em mares tropicais e costuma nadar em direção à foz dos rios.
Segundo especialistas, as praias do Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon sofrem influência direta das águas da Baía de Guanabara, que funciona como um estuário — um ponto de encontro entre rios e o mar aberto.
Esse ambiente é rico em nutrientes, que estão na base da cadeia alimentar dos oceanos, o que atrai grandes cardumes para a região.
Além disso, o fenômeno foi favorecido por condições recentes do mar. A água chegou a cerca de 25 graus, estava mais quente e transparente, resultado da combinação de pouca chuva nas últimas semanas e da chegada de águas oceânicas mais limpas.
De acordo com Ricardo Gomes, a limpeza do interceptor oceânico — estrutura que leva águas pluviais até o emissário submarino de Ipanema — também contribuiu para reduzir o despejo de águas escuras no mar, aumentando a transparência da água entre o Flamengo e São Conrado.
CENA BONITA — E SEGURA
As imagens de banhistas nadando no meio do cardume viralizaram. Entre eles, a pequena Nina Gomes, de 9 anos, que mergulhou entre os peixes.
“Eu fiquei muito feliz. Saber que os peixes conseguem sobreviver numa praia muito populosa é muito legal”, contou.
Especialistas afirmam que não há risco para quem entra no mar. As manjubinhas são inofensivas e se afastam naturalmente quando alguém se aproxima.
UM SINAL DE VIDA NO OCEANO
Ao longo do dia, o cardume foi se deslocando por diferentes pontos do litoral. No fim da tarde, pôde ser visto no final da Praia do Leme, perto da pedra, com a orla de Copacabana ao fundo — cenário que também serviu de base para as imagens subaquáticas registradas pelo DE2.
Para os biólogos, a cena é mais do que bonita: é simbólica.
“Esses peixes são fundamentais na base da cadeia alimentar. Vários peixes importantes para a pesca se alimentam da manjuba. Ver isso numa praia lotada de gente é um sinal de esperança, de que o oceano ainda está cheio de vida e pode sustentar o planeta”, afirmou Ricardo Gomes.
Um espetáculo natural que transformou o mar do Rio em palco — e reforçou que, mesmo em meio à cidade grande, a natureza ainda encontra espaço para surpreender.
VEJA MAIS IMAGENS:
Banhista nada em cardume no Leme — Foto: Reprodução/TV Globo
3 de 8 Cardume nada na beirinha no Leme — Foto: Reprodução/TV Globo
Cardume nada na beirinha no Leme — Foto: Reprodução/TV Globo
4 de 8 De cima, o cardume parecia uma mancha de óleo. — Foto: Reprodução/ TV Globo
De cima, o cardume parecia uma mancha de óleo. — Foto: Reprodução/ TV Globo
5 de 8 Banhistas nadam em meio de cardumes na Praia do Leme — Foto: Reprodução/ TV Globo
Banhistas nadam em meio de cardumes na Praia do Leme — Foto: Reprodução/ TV Globo
6 de 8 Banhista nada em meio aos peixes na Praia do Leme — Foto: Reprodução/ TV Globo
Banhista nada em meio aos peixes na Praia do Leme — Foto: Reprodução/ TV Globo
7 de 8 Banhistas nadam em meio de cardumes na Praia do Leme — Foto: Reprodução/ TV Globo
Banhistas nadam em meio de cardumes na Praia do Leme — Foto: Reprodução/ TV Globo
8 de 8 Homem nada no meio de cardume no Leme — Foto: Reprodução/TV Globo
Homem nada no meio de cardume no Leme — Foto: Reprodução/TV Globo




