Esquema de emigração ilegal para os EUA em Goiás cobrava R$ 100 mil por travessia e movimentou R$ 59,5 milhões

Operação DARK ROUTE desarticula esquema de contrabando de migrantes

A Polícia Federal (PF) desarticulou em Goiás um amplo esquema de emigração ilegal para os Estados Unidos. Nesta quinta-feira, 6, deflagrou a Operação DARK ROUTE com o intuito de desarticular um esquema criminoso dedicado ao contrabando de migrantes. Sob a coordenação da 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás, foram cumpridos 12 mandados judiciais, sendo 9 de busca e apreensão e 03 de prisão preventiva, em endereços ligados aos investigados nas cidades de Goiânia e Anápolis.

De acordo com o delegado Charles Lemes, os criminosos, conhecidos como coiotes, cobravam US$ 20 mil por travessia, o equivalente a R$ 100 mil reais.

Durante as investigações, constatou-se que o grupo coordenou o ingresso ilegal em território norte-americano, através da fronteira entre EUA e México, de pelo menos 448 brasileiros. Estes indivíduos foram detidos pelas autoridades migratórias dos Estados Unidos e posteriormente deportados para o Brasil. O esquema, operante entre os anos de 2018 e 2023, movimentou a quantia de R$ 59,5 milhões decorrente dos pagamentos dos migrantes pela atuação do grupo criminoso.

“Essas organizações criminosas se valem do desespero dessas famílias, que buscam uma vida melhor em um destino absolutamente desconhecido, sem qualquer certeza de sucesso. E essas famílias são submetidas a intenso sofrimento, durante a travessia ou após a travessia”, afirmou o delegado. “Elas despendem todo o seu recurso financeiro nessa empreitada, e quando conseguem sucesso, são submetidas a toda ordem de coação, de coerção para que paguem essa travessia”, adiciona.

A organização criminosa não se limitava a Goiás, contando com membros em diversas outras unidades da federação, inclusive em território americano, responsáveis por receber os migrantes que conseguiam cruzar as fronteiras ilegalmente. Porém, muitos dos migrantes, mesmo pagando os valores cobrados, não lograram êxito em sua travessia, sendo detidos e deportados.

“Em caso de não terem sucesso, as organizações criminosas não devolvem o dinheiro dessas pessoas”, observa o delegado. “Alguns dos alvos que estão presos agora, inclusive estão vinculados ao desaparecimento de pessoas em alto mar, de pessoas que desapareceram. O nome desse alvo está na Difusão Vermelha, assim que ele for detectado por qualquer autoridade no mundo, ele será preso”.

Apoio

A Operação DARK ROUTE contou com o compartilhamento de informações entre a Polícia Federal do Brasil e a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, como parte da cooperação policial entre as autoridades dos dois países.

Os investigados poderão responder pelos crimes de promoção de migração ilegal, lavagem de dinheiro e associação criminosa, cujas penas somadas podem ultrapassar 18 anos de reclusão.

Entre janeiro de 2017 e março de 2021, 29.140 brasileiros foram detidos por ter ingressado em território americano ilegalmente. Desses, 28.148 na região de fronteira dos EUA com o México, isto é 96,6% do total. A região de El Paso, em particular, conforme apresentado no círculo maior destacado na Figura 1, foi a região onde houve o maior número de prisões.

 

 

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Operação desmantela esquema de fraudes de R$ 40 milhões no Banco do Brasil; grupo aliciava funcionários e terceirizados

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) lançaram uma operação para desarticular um grupo criminoso responsável por fraudes que somaram mais de R$ 40 milhões contra clientes do Banco do Brasil. A ação, realizada na manhã desta quinta-feira, 21, incluiu a execução de 16 mandados de busca e apreensão contra 11 investigados, entre eles funcionários e terceirizados do banco.
 
As investigações, conduzidas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), revelaram que os criminosos utilizavam dispositivos eletrônicos clandestinos, como modens e roteadores, para acessar sistemas internos de agências bancárias e obter dados sigilosos de clientes. Esses dispositivos permitiam que os criminosos manipulassem informações, realizassem transações bancárias fraudulentas, cadastrassem equipamentos, alterassem dados cadastrais e modificassem dados biométricos.
 
A quadrilha atuava de forma organizada, com divisão de tarefas específicas. Havia aliciadores que recrutavam colaboradores do banco e terceirizados para obter senhas funcionais; aliciados que forneciam suas credenciais mediante pagamento; instaladores que conectavam os dispositivos aos sistemas do banco; operadores financeiros que movimentavam os valores desviados; e líderes que organizavam e coordenavam todas as etapas do esquema.
 
As denúncias começaram a chegar à polícia em dezembro de 2023, e as investigações apontaram que o grupo criminoso atuava em várias agências do Banco do Brasil no Rio de Janeiro, incluindo unidades no Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel, Centro do Rio, Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias.
 
O Banco do Brasil informou que as investigações começaram a partir de uma apuração interna que detectou irregularidades, as quais foram comunicadas às autoridades policiais. A instituição está colaborando com a investigação, fornecendo informações e subsídios necessários.
 
A operação contou com a participação de cerca de 25 equipes policiais e tem como objetivo apreender dispositivos eletrônicos ilegais, coletar provas e identificar outros integrantes do esquema criminoso. Além disso, as autoridades estão em busca do núcleo superior do grupo criminoso e dos beneficiários dos recursos desviados.

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