Esquema de propina da Polícia Militar na Grande Messejana: 16 PMs presos.

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De acordo com uma investigação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), foi revelado um esquema criminoso no qual policiais militares recebiam propina de criminosos para não realizar o patrulhamento na região da Grande Messejana, em Fortaleza. A denúncia aponta que os agentes entravam em comunidades não para combater o crime, mas sim para coletar dinheiro em troca da ausência de policiamento. Como resultado, 16 policiais militares foram presos preventivamente em uma operação realizada em julho deste ano.

As investigações tiveram acesso a escutas telefônicas e trocas de mensagens autorizadas pela Justiça, revelando que o esquema funcionava principalmente na comunidade do Por do Sol e nos bairros Coaçu e Palpina. Segundo o MPCE, os policiais usavam as viaturas oficiais para fazer uma rápida passagem por esses locais, permanecendo cerca de 10 minutos para receber o valor da propina e depois partiam, sem realizar qualquer tipo de patrulhamento.

Durante as interceptações telefônicas, foi possível flagrar os policiais militares pedindo “agilidade” no repasse do pagamento, referindo-se à quantia como “cota”. Segundo o Ministério Público, o esquema teve início no final de 2022, chegando ao ponto de os agentes atirarem em traficantes que se recusaram a pagar o valor exigido. Estima-se que o grupo dos PMs possa ter recebido cerca de R$ 300 mil em pagamentos ilícitos, montante que era dividido entre os envolvidos.

A operação desencadeada pelo MPCE em julho resultou na prisão dos 16 militares envolvidos no esquema, que foram afastados de suas funções por decisão judicial. Atualmente, eles respondem na Justiça pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e colaboração com o tráfico de drogas. O Ministério Público solicitou perícia nos celulares, redes sociais e demais canais de comunicação dos acusados para aprofundar as investigações.

A defesa dos policiais presos contestou a legalidade das prisões, afirmando que eles foram detidos sem sequer serem ouvidos. Um habeas corpus foi negado pelo Tribunal de Justiça do Estado, e um recurso foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para analisar a legalidade das detenções. A defesa ressaltou a demora na designação de audiência e destacou a excessiva duração do tempo em que os policiais permaneceram presos sem terem a oportunidade de se pronunciar.

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