Estados Unidos enviam navios de guerra com destino a Israel

Os Estados Unidos enviaram um grupo de ataque de porta-aviões da Marinha norte-americana para o leste do Mar Mediterrâneo. A informação é do secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e pretende auxiliar no contra-ataque de grande escala de Israel contra o Hamas. No sábado, 07, o país já havia declarado apoio a Israel.

A expectativa dos Estados Unidos é que o governo de Israel lance uma invasão terrestre na Faixa de Gaza nas próximas 24 e 48 horas. Os ataques de Gaza têm sido respondidos por Israel, que promete retaliação a um ataque sem precedentes do grupo terrorista Hamas.

Até o momento, Israel acumula ao menos 1,4 mil mortos e milhares de pessoas feridas e, por isso, foi ordenado um “cerco completo” em Gaza.

Posicionamento EUA

Em pronunciamento feito no sábado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o governo norte-americano está do lado de Israel, vítima dos ataques do grupo islâmico. “Os Estados Unidos estão ao lado de Israel. Jamais daremos as costas ao seu povo. Asseguramos que daremos o apoio que os cidadãos precisam”, relatou.

Durante o pronunciamento, Biden também ressaltou sobre as “imagens horríveis que o mundo assistiu nas últimas horas”. Sobre as imagens, o presidente disse que é possível ver pessoas inocentes morrendo em casa e nas ruas, além de famílias sendo feitas de refém pelo Hamas.

O apoio norte-americano a Israel foi reiterado pelo próprio presidente ao primeiro-ministro israelense. “Pedimos que pare completamente. Não há justificativa para este tipo de ataque. Nosso governo tem uma posição firme ao lado de Israel.

O posicionamento de Biden foi feito na Casa Branca, e o presidente disse ainda ter entrado em contato com o rei da Jordânia, Abdullah II, e outros líderes da região, como Emirados Árabes Unidos e Egito.

Brasileiros em Israel

Os países envolvidos acumulam cerca de 20 mil brasileiros, sendo 14 mil em Israel e 6 mil na Palestina, conforme estima o Itamaraty.

O Brasil, como atual país presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), anunciou no sábado, 07, que iria convocar uma reunião de emergência sobre a guerra de Israel contra o Hamas. O Ministério da Defesa brasileiro afirmou ainda que irá enviar seis aviões para buscar os brasileiros que estão na região do conflito.

Na manhã de sábado, Israel sofreu um ataque surpresa pelo grupo e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou guerra.

Por meio de coletiva de imprensa, o ministro da Defesa, José Múcio, informou que está em contato com as embaixadas de Israel, Cisjordânia e outras regiões para receber uma lista de brasileiros que querem voltar para o país. O primeiro avião a ser enviado tem capacidade para 220 passageiros e deve chegar a Tel Aviv, com previsão de retorno para segunda-feira, 09, ou terça-feira, 10. Além disso, o Brasil enviará médicos e psicólogos para atendimento dos resgatados.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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