“Estamos hoje com um déficit de 36%”, diz diretora da Hemorrede de Goiânia

Nesta segunda-feira, 21, o Diário do Estado conversa com a diretora técnica da Hemorrede Pública de Goiás, Ana Cristina Novais, sobre um tema bastante urgente: a doação de sangue. A três dias do Natal, o ato de doar sangue é mais uma das boas ações que podem ser feitas nesta época do ano.

“A captação de sangue é um trabalho contínuo, diário. Estamos na véspera do Natal e Ano Novo e já tem 20 dias que estamos trabalhando neste período”, conta Ana. Mesmo assim, não é o melhor momento para os bancos de sangue do estado: “Não só no estado de Goiás mas no mundo inteiro observamos uma queda nas doações. A pandemia causou essa situação e estamos hoje com um déficit de 36%”. Segundo Ana Cristina, este número chega a 70% em alguns locais do Brasil. “A gente sempre elogia e agradece o doador goiano que tem contribuído”, conta.

“Final de ano é delicado porque as pessoas viajam mais, bebem mais e consequentemente passam a ter mais acidentes domésticos, automobilísticos… é obvio que isso aumenta a nossa demanda”. As plaquetas, que são extremamente usadas em momentos de hemorragias graves, duram apenas 5 dias no banco, enquanto o plasma dura 1 ano e as hemácias duram 48 dias, segundo explica a diretora. “A própria Covid tem causado também esta demanda por plaquetas, além da dengue”, pontua.

E qual o risco de sair para doar sangue? “Desde o início da pandemia, as medidas que foram solicitadas, tanto pelo Ministério da Saúde, quanto pela Organização Mundial da Saúde, foram implementadas e são seguidas para que haja a segurança do doador (…) esta é nossa grande preocupação”, avisa.

Onde e como doar:

As unidades da Hemorrede em Goiânia e no interior, localizadas em Rio Verde, Jataí, Catalão, Ceres, Iporá, Quirinópolis, Formosa e Porangatu, funcionarão em horário especial nos dias 24 e 31 de dezembro, das 8 às 12 horas. Nos feriados dos dias 25 e 1º as unidades estarão fechadas para atendimento ao público. Nos demais dias o funcionamento segue normal das 8 às 18 horas.

Foi criado o serviço de agendamento on-line pelo site agenda.hemocentro.org.br e pelo telefone 0800 642 0457.

Os requisitos básicos para doar sangue são: estar saudável, ter peso acima de 50 kg, apresentar documento com foto válido em todo o território nacional e idade entre 16 e 59 anos, sendo que antes de completar 18 anos é necessária uma autorização dos pais ou responsáveis.

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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