Estiagem coloca sistema da bacia do Meia Ponte em estado de alerta

Há 70 dias sem chuvas na nascente do Meia Ponte, o reservatório de água da bacia de mesmo nome entrou em estado de alerta. É o segundo de seis níveis críticos de segurança, que é acionado quando a vazão fica abaixo de 9 mil litros por segundo. Atualmente, o índice é de 8.384 litros por segundo. A bacia é a principal fornecedora de água para a Região Metropolitana de Goiânia.

O índice ainda não coloca em risco o abastecimento porque os reservatórios continuam liberando água nos níveis necessários para a região. A situação hídrica da bacia vem piorando nos últimos anos, agravada por questões climáticas, e pondo em risco condições ambientais, a sociedade e as atividades que dependem das águas.

O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, destaca que a bacia que fornece água para a capital está mais abastecida do que no ano passado. Apesar da boa notícia, a população deve adotar medidas contra o desperdício. Ele afirma que a tendência de enfrentar a estiagem com menor ou nenhum risco de desabastecimento é resultado de ações conjuntas realizadas desde 2019.

“De qualquer forma, não podemos gastar água à vontade até porque estamos migrando do nível de atenção para alerta, quando a vazão fica abaixo dos 9 mil litros por segundo. A população deve se atentar ao uso racional da água. Se houver desperdício, todos teremos problemas”, afirma Amorim.

A estiagem, que teve início em maio, deve se prolongar por cerca de cinco meses e chegar até meados de outubro, mas com possível ocorrência de chuvas no centro sul do estado em setembro. Medidas simples como reduzir o tempo no banho, fechar a torneira ao escovar os dentes e varrer em vez de lavar calçadas são medidas simples que podem impactar na conta de energia elétrica.

Somente no ano passado, a energia consumida pelos brasileiros teve 62% do total originada em hidrelétricas. Ou seja, quanto menos água nos reservatórios, menor a capacidade geradora de energia e maior utilização de termelétricas, que têm custo mais elevado. Há sete anos, as bandeiras tarifárias fazem parte da rotina da população para alterar o preço da energia conforme a existência e intensidade de escassez de chuvas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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