Estrangeiros apostam na Mega da Virada cruzando fronteira com o Brasil: como resgatar prêmios?

Paraguaios e argentinos cruzam fronteira com o Brasil para tentar a sorte na Mega da Virada: ‘Travessia especial’

Se eventualmente um estrangeiro for vencedor, para retirar o prêmio, precisa ter CPF. Veja regras para emissão do documento.

Estrangeiros cruzam fronteira com o Brasil para tentar a sorte na Mega da Virada

Todos os anos, o sonho de se tornar milionário ou milionária mexe com o imaginário dos apostadores brasileiros da Mega da Virada, mas não só eles: estrangeiros, como argentinos e paraguaios, têm cruzado a fronteira para tentar a sorte em apostas nas lotéricas de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Assista ao vídeo acima.

Neste ano, a Mega pagará mais de R$ 600 milhões, o maior prêmio da história. O sorteio será na terça-feira (31), e as apostas podem ser feitas até às 17h do mesmo dia. Caso um estrangeiro leve o prêmio, há regras específicas para retirada. Veja abaixo.

Entre os apostadores estrangeiros está Elbio Cubilla, 57 anos, mototaxista que cruza, todos os dias, a Ponte da Amizade, ligação entre Foz e Cidade do Leste, no Paraguai. Nesta segunda-feira (30), como de costume, ele fez a viagem entre os países, mas a travessia foi especial: era para apostar os seus seis números da sorte.

> “Cinco anos que aposto e já passei pertinho. Cada vez que venho aqui, compro um bolão e números especiais que marco sempre pra mim. Todas as vezes jogo o meu jogo com meus números. Travessia especial hoje foi para apostar”, afirmou, animado, o trabalhador.

**Elvio Cubilla, paraguaio que fez aposta na Mega da Virada nesta segunda (30) — Foto: Gilvana Giombelli/g1 Paraná**

Quem também aproveitou para fazer apostas foram os amigos paraguaios Elvio Leite e Santiago Chaparro.
Santiago contou ao DE que aposta na Mega da Virada todos os anos e que, ao saber do prêmio milionário no Brasil, o amigo Elvio, que vive a 250 quilômetros de Foz do Iguaçu, decidiu acompanhá-lo e também fazer uma “fezinha”.

Questionado se dividiria o prêmio com o amigo, caso seja sorteado, Elvio foi firme na resposta: “claro, claro.”

**Amigos paraguaios fizeram aposta para a Mega da Virada nesta segunda (30) — Foto: Gilvana Giombelli/g1 Paraná**

Na fila de uma lotérica localizada a pouco mais de um quilômetro da Ponta da Amizade, argentinos também confirmaram que aguardavam para apostar na Mega da Virada, mas, tímidos, preferiram não dar entrevista. A responsável pelo local, Marilena Cáceres Pereira, contou que entre os estrangeiros apostadores, os argentinos ficam atrás apenas dos paraguaios em volume de apostas.

Ainda segundo Marilena, venezuelanos, uruguaios e imigrantes árabes também já apostaram no local nas últimas semanas. Só nessa lotérica, houve um aumento de cerca de 70% nos atendimentos a estrangeiros.

> “Tem aumento de 70% nos estrangeiros nesse período, porque é normal ter cliente, por exemplo, paraguaio e argentino devido a fronteira […] Temos os clientes que vem o ano todo, porém agora, devido ao prêmio de R$ 600 milhões, aumenta bastante as apostas […] tem da Venezuela, do Uruguai, porque como estão de férias, viajando, aproveitam e fazem apostas também.”

COMO ESTRANGEIROS PODEM RESGATAR PREMIAÇÕES DA MEGA?

Conforme a Caixa Loterias, os prêmios sorteados são pagos para pessoas físicas que possuam inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF), independentemente de serem estrangeiros residentes, ou não, do Brasil.

Ainda de acordo com a Caixa, em caso de aposta vencedora, o pagamento pode ser realizado somente nas agências da Caixa Econômica Federal mediante a apresentação do documento e, também, do bilhete.

Segundo a Receita Federal, qualquer pessoa, brasileira ou estrangeira, pode solicitar uma inscrição no CPF no Brasil, mesmo que não seja residente. Atualmente, são obrigadas a se inscrever no CPF aqueles que possuem bens e direitos sujeitos a registro público no Brasil, como imóveis e veículos.

A solicitação do CPF pode ser feita pela internet ou através do consulado brasileiro em seus respectivos países

COMO APOSTAR NA MEGA DA VIRADA?

As apostas da Mega da Virada podem ser feitas nas unidades das Lotéricas da Caixa, pelo site, pelo aplicativo e pelo internet banking da instituição, para clientes do banco.

Para jogar, basta marcar de 6 a 20 números dentre os 60 disponíveis ou deixar que o sistema escolha as dezenas, por meio da modalidade Surpresinha.

Uma aposta simples custa R$ 5. Quanto maior for o número de dezenas escolhidas, mais cara fica a aposta, podendo chegar a R$ 193 mil.

Para vencer, é preciso acertar as seis dezenas sorteadas. As chances são de uma em 50 milhões para uma aposta simples.

Pessoas que acertarem cinco ou quatro dezenas também serão premiadas, mas com valores menores.

Diferentemente da Mega-Sena e de outros concursos, a Mega da Virada não acumula. Isso significa que o prêmio é pago mesmo que nenhum apostador acerte as seis dezenas. Caso ninguém acerte as seis dezenas, o valor passa para os ganhadores da quina, quadra, e assim por diante.

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Escola em SC é condenada por discriminação homofóbica a professor

Justiça confirma condenação de escola em SC a indenizar professor que recebeu bilhetes homofóbicos

Caso aconteceu em março de 2023 e a sentença foi confirmada pela 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região.

A 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT) confirmou a condenação de uma escola particular de Florianópolis que terá de pagar R$ 40 mil de indenização a um professor de artes. O educador sofreu discriminação em sala de aula devido a sua orientação sexual. A informação foi divulgada na quarta-feira (8).

A escola já havia sido condenada em setembro de 2024 e recorreu da decisão. Para a 4ª Turma, a unidade agiu de forma negligente ao ignorar bilhetes com ofensas homofóbicas recebidos pelo educador e reforçou a discriminação ao demiti-lo após o episódio.

O caso aconteceu em março de 2023. O DE procurou a instituição nesta quinta-feira (9) e aguardava retorno até a última atualização da reportagem.

Em nota, o TRT afirmou que o caso foi analisado com base no Protocolo de Julgamento com Perspectiva de Gênero do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A normativa orienta a magistratura a considerar dificuldades inerentes à comprovação de práticas discriminatórias em casos envolvendo determinados grupos.

DE acordo com o TRT, a situação aconteceu em uma determinada manhã na escola, quando o professor dava aula para turmas do ensino médio. No processo, afirmou que recebeu solicitações de amizade em uma rede social e, ao perceber que eram alunos, optou por recusá-los.

O dia de trabalho seguiu, mas em uma das aulas o professor disse que encontrou bilhetes com termos de cunho homofóbico na mesa. Segundo ele, o tipo de papel e escrita remetiam a recados utilizados em uma performance artística e divulgada na internet por ele.

O professor ingressou com uma ação pedindo indenização por danos morais, alegando que o colégio não tomou medidas por conta das ofensas. Afirmou ainda que a decisão de não renovar o contrato aconteceu por causa da repercussão envolvendo um trabalho artístico publicado na internet.

Na defesa, a escola argumentou que a dispensa do professor aconteceu no exercício do “direito protestativo” do empregador de não renovar o contrato de experiência. Justificou ainda que a decisão foi baseada em relatos sobre a “inabilidade do docente” para lidar com conflitos e finalizou dizendo que “possui outros professores homossexuais” no quadro docente.

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