Como estudante brasileira classificou mais de mil galáxias em cinco dias
Conquista faz parte de um programa japonês que reúne voluntários do mundo inteiro para ajudar pesquisadores a entender melhor o universo.
1 de 8 Layssa Victória classificou mil galáxias em cinco dias — Foto: Arquivo pessoal
Layssa Victória Barbalho, estudante de física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), realizou a impressionante marca de classificar 1.024 galáxias em apenas cinco dias. Essa missão fez parte de um programa japonês, que convoca voluntários de diversas partes do mundo para auxiliar pesquisadores a aprofundar o conhecimento sobre o universo.
Galáxias são conjuntos de estrelas, gases e poeira unidos pela força da gravidade, e o universo abriga um número estimado entre 100 bilhões e dois trilhões delas. Através do site japonês, os voluntários têm a oportunidade de percorrer imagens reais de diferentes regiões do céu e identificar galáxias nas fotos, contribuindo assim para a classificação desses corpos celestes.
Ao classificar uma galáxia, é essencial observar o seu formato, sendo o primeiro passo determinar se ela pertence ao tipo espiral ou elíptico. Galáxias elípticas apresentam um formato ovalado, semelhante a uma bola de futebol americano, enquanto as espirais possuem um padrão em espiral, com braços se enrolando a partir de um núcleo central.
Depois de analisar o formato, outro aspecto relevante na classificação é observar o entorno da galáxia, conhecido como seu “rastro”. Essa região pode influenciar o formato e indicar interações com outros fenômenos, como colisões, que podem resultar em classificações distintas para uma mesma galáxia. Segundo Guilherme da Silva Lima, professor de física da UFMG, o trabalho de classificação feito por Layssa é de extrema importância para a pesquisa científica.
“Embora seja uma colaboração voluntária, não se trata de um trabalho simples. O feito de Layssa em classificar tantas galáxias em um curto espaço de tempo é notável. Sua dedicação e qualidade no âmbito da divulgação científica demonstram o potencial das mulheres na ciência e na formação de cientistas brasileiros,” afirmou o professor.
2 de 8 Em cinco dias, Layssa Victória Barbalho classificou mil galáxias — Foto: Arquivo pessoal
Layssa Victória Barbalho, com apenas 19 anos e moradora do Morro do Papagaio, na periferia de Belo Horizonte, revelou em uma entrevista ao Diário do Estado que a astronomia sempre foi sua paixão desde a infância. A estudante conta que se encantou com o Sistema Solar ao abrir um livro de ciências e desde então alimenta o desejo de seguir carreira na astrofísica.
Além de sua participação no programa de classificação de galáxias, Layssa acumula diversas conquistas, incluindo medalhas de ouro e bronze na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), premiações em olimpíadas escolares e maratonas de programação, e o título de embaixadora da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IAAC). Atualmente, ela integra o grupo de astronomia da UFMG e desenvolve um projeto de iniciação científica com a professora Bonnie Zaire, astrofísica responsável pela descoberta de um planeta orbitando a estrela jovem GM Aurigae, a 521 anos-luz do Sol.
3 de 8 Layssa Victória tem 19 anos e é estudante de física na UFMG — Foto: Arquivo pessoal
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Graças ao seu comprometimento e paixão pela astronomia, Layssa Victória Barbalho conquistou destaque não apenas ao classificar mais de mil galáxias em cinco dias, mas também por seu envolvimento em atividades científicas e acadêmicas. Sua jornada inspira e evidencia o potencial das mulheres na ciência, contribuindo para o avanço e a diversidade no campo da astrofísica.