Estudante de escola pública é aprovada em 2º lugar na medicina da USP e sonha em atuar no SUS: ‘Retribuir à sociedade’

Jovem de escola pública aprovada em 2º lugar na medicina da USP quer trabalhar no SUS: ‘Retribuir’

Aos 17 anos, Flávia Pontes, de Cajuru (SP), passou no vestibular do curso que sempre sonhou e se prepara para nova rotina de estudos.

Aos 17 anos, a estudante Flávia Pontes, de Cajuru (SP), ficou em segundo lugar no vestibular de medicina da DE de Ribeirão Preto — Foto: Luciano Tolentino/EPTV

Passada a surpresa de ser aprovada em segundo lugar no curso de medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP), a estudante Flávia Silva Pontes, de 17 anos, já faz planos para quando se tornar médica.

O caminho, ela sabe, mal começou, mas a jovem já tem um plano bem traçado: atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

> “É o que eu utilizo hoje, então, pretendo retribuir um pouco para a sociedade do que eu usufruí”.

A especialização ainda não está definida, mas Flávia afirma que tem a intenção de ser pediatra.

“Eu gosto de criança, talvez então fazendo pediatria, não sei. Mas sempre carinhosa, sempre com um olhar especial para a saúde pública”.

A jovem sempre estudou na rede pública e passou no vestibular da DE por meio do Provão Paulista.

SEM SEGUNDA OPÇÃO E JALECO DE PRESENTE

Flávia escolheu a medicina no primeiro ano do Ensino Médio, quando começou a participar de feiras de profissões e pode conhecer um pouco do curso. Para ela, foi amor à primeira vista.

“É o curso mais difícil que tem, não sabia se ia dar conta e pensei várias vezes no caminho ‘quero de segunda opção, se não der’. Não esperava que fosse passar, ainda mais de primeira. Estudei bastante, mas, para mim, era bem irreal”.

Além de entrar no curso mais concorrido do país, a estudante também comemora a aprovação na universidade mais prestigiada. Neste ano, a concorrência foi de 96,5 candidatos por vaga.

“Eu estava querendo medicina, mas não esperava que fosse na USP, a mais concorrida do país. Eu falei ‘não vai dar pra mim, eu vou pra onde der’. Não esperava que fosse conseguir aqui na USP e entre um dos primeiros colocados. Foi uma surpresa gigantesca”.

O primeiro contato que ela teve com a DE foi por meio da prima, que cursou Ciências Biomédicas no local. É dela o primeiro jaleco que Flávia ganhou na vida e a caloura já se prepara para, em breve, bordar o próprio nome.

Para a mãe de Flávia, a escriturária Rosilene Aparecida da Silva Pontes, ver onde a filha chegou é um dos maiores orgulhos.

“É muito emocionante ela conquistar o sonho dela, porque a gente sabia que ia ser muito difícil. Essa vida nova dela vai ser muito boa para ela e pra gente também, estou muito feliz por ela”.

O pai, Francisco de Assis Pontes, que trabalha com serviços gerais, se emociona ao falar de Flávia.

“Eu sempre acreditei nela, porque ela é esforçada desde o pré. Eu acreditava que ela ia chegar, sempre fiz muita questão de correr atrás do que precisa para ajudá-la. Às vezes, é dispoinilizar tempo, deixar de fazer o que você quer e correr atrás do sonho que é dela. O nosso sonho é vê-la feliz, valeu a pena”.

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