Estudante denuncia racismo em loja de doces após acusação de furto: ‘Constrangida’

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Estudante denuncia racismo após ser acusada de furtar loja de doces: ‘Constrangida’; VÍDEO

Vítima foi acusada por uma outra cliente após fechar o zíper da bolsa. A Polícia Civil investiga o caso, registrado como preconceito de raça ou cor. O estabelecimento afirma que a equipe não cometeu atos racistas.

Estudante é acusada de furto em loja de doces e denuncia racismo em Praia Grande, SP

Uma estudante, de 19 anos, alegou ter sido vítima de racismo ao ser acusada de furtar uma loja de doces em Praia Grande, no litoral de São Paulo. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou ao DE que a Polícia Civil investiga o caso, registrado como preconceito de raça ou cor.

Em nota, a MerKadoces confirmou que o segurança e o subgerente abordaram a estudante após serem comunicados por uma outra cliente sobre uma suspeita de furto. Apesar disso, a loja garantiu que a equipe do estabelecimento não cometeu atos racistas (leia o posicionamento completo adiante).

Gabrielly Santana Pereira contou ao DE que passou na unidade do comércio no bairro Cidade Ocian com o namorado para comprar algo para comer no caminho da faculdade. Ao entrar na loja, ela disse ter parado para fechar o zíper da própria bolsa.

“Uma cliente da loja viu essa situação de eu fechar a minha bolsa e não sei o que passou na cabeça dela, que ela foi falar para o subgerente que ela me viu pegar algo do estabelecimento e colocar na minha bolsa”, afirmou a estudante, que acrescentou não ter tido nenhum contato com a mulher.

A jovem disse ter sido abordada pelo subgerente e pelo segurança da loja na saída do local. De acordo com o boletim de ocorrência, o vigilante exigiu que Gabrielly abrisse a bolsa após ela mostrar a nota fiscal dos produtos comprados e afirmar diversas vezes que não havia furtado nada.

“Em nenhum momento eles foram agressivos, mas o fato é a justificativa da abordagem. A certeza dessa cliente de ter me visto fazer algo que eu não fiz. Com câmeras por todo o estabelecimento, não poderiam ter confirmado se isso realmente estava certo?”, questionou Gabrielly.

A estudante contou que estava com pressa para pegar o ônibus e ir para faculdade, então permitiu que o segurança olhasse o que tinha dentro da bolsa. “Eu me senti muito constrangida […] Foi em público com qualquer pessoa podendo ver aquela situação”, desabafou.

Gabrielly disse que não recebeu um pedido de desculpas e voltou ao comércio no dia seguinte para explicar que ficou desconfortável com a acusação. De acordo com o BO, o gerente e o subgerente afirmaram que a conduta da loja foi errada, que o furto não ocorreu e a abordagem não deveria ter sido realizada.

Nas redes sociais, a jovem fez um alerta para a situação não acontecer mais. “O que fez essa senhora pensar nisso? Eu fico imaginando se fosse uma menina branca que estivesse fechando a bolsa […]. Por que eu fechando a bolsa sou sinônimo de ter pego algo, sabe? Isso é muito louco”.

De acordo com o estabelecimento, o subgerente não tinha acesso às câmeras de monitoramento no momento do ocorrido. “Em nenhum momento a cliente foi maltratada pela equipe de segurança, que estava apenas desempenhando seu papel, conforme os procedimentos internos da loja e devido a denúncia de uma cliente no interior da loja sobre a suspeita de um possível furto”, explicou o comércio.

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