Estudante é impedida de participar de dinâmica por estar com a filha de quatro meses na aula

Um professor de medicina proibiu uma aluna do 8º período de participar de uma dinâmica acadêmica porque ela estava com a filha de quatro meses na sala de aula. Segundo o professor, a estudante não poderia integrar a atividade porque a bebê “não pagava mensalidade” como os outros. O caso aconteceu na Universidade Tiradentes, em Aracaju, em Sergipe.

Ao G1 Bahia, a estudante informou que se sentiu impotente. “Sentei e continuei assistindo à aula, mas não aguentei e saí com minha filha para chorar”, disse.

Já fora da sala de aula, ela conta que recebeu ajuda de dois colegas e, posteriormente, pediu auxílio na coordenação do curso, que relatou que as normas não permitem que crianças fiquem na sala de aula. “A funcionária me chamou para dentro da sala, ofereceu água e deixou amamentar minha filha. Depois disse que, realmente, as normas não permitem que crianças fiquem na sala de aula”, afirmou.

De acordo com ela, a funcionária se dispôs a conversar com a coordenadora para encontrar uma solução para o transtorno criado. Então, a estudante voltou para a sala, mas falou sobre o motivo de ter saído da aula. “Falei que saí da sala de aula porque precisava chorar e que tinha ficado chateada com a forma que ele falou sobre minha filha não pagar mensalidade. Expliquei que eu pagava a mensalidade muito alta e não podia faltar porque não tinha com quem deixar minha filha”, relatou.

Diante do exposto, o professor se desculpou e disse que o comentário foi apenas uma “piada”, completando dizendo que “assim como sua filha é uma santa e não chora, o filho de Joãozinho poderia ser um capeta”. No entanto, a estudante disse que se a filha começasse a chorar, ela se levantaria e sairia, evitando prejudicar os colegas.

Solução

Na tentativa de encontrar uma solução, a aluna afirmou, ainda ao G1 Bahia, que enviou um e-mail para a coordenação do curso questionando se em caráter de urgência poderia levar a filha para a aula. Entretanto, até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre a resposta recebida.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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