No último domingo, 3, o estudante Thierry Muniz Soares, de 17 anos, teve o sonho de prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) frustrado após ser roubado a caminho do local da prova no Maracanã, Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele e seus amigos foram abordados por membros de uma torcida organizada do Flamengo, que levaram sua mochila contendo documentos pessoais, como o RG, o passaporte e a inscrição do Enem.
O pai de Thierry, Luiz Pierre Soares, contou que o filho vestia uma mochila com o escudo do Fluminense quando foi abordado. Segundo ele, os torcedores puxaram a mochila de Thierry e disseram: “Fluminense aqui não”. Mesmo após o roubo, pai e filho seguiram até o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), onde Thierry faria a prova, e tentaram utilizar uma cópia autenticada do documento para liberar a entrada, mas o acesso foi negado.
Luiz relatou que chegou ao Cefet com a cópia autenticada do RG pouco antes do fechamento dos portões, às 13h, mas o funcionário responsável não aceitou o documento e ainda acabou machucando a mão de Thierry ao fechar o portão. “Todo o planejamento do ano foi perdido por conta dessa violência e da falta de bom senso do responsável pela prova, que poderia ter permitido que meu filho fizesse o Enem”, lamentou Luiz. Ele também destacou que, como pai solteiro e autônomo, não tem condições de arcar com um curso preparatório para o próximo ano.
A Polícia Militar informou que o 6º BPM (Tijuca) foi acionado e já está investigando o ocorrido. Thierry chegou a pedir ajuda a policiais próximos, mas não recebeu apoio no momento. O caso foi registrado na 18ª DP (Praça da Bandeira). Para o jovem, que pretendia usar a nota do Enem para ingressar em um curso de design gráfico, o impacto será significativo, uma vez que precisará esperar mais um ano para realizar o exame.