Estudantes da UEG descobrem nova espécie de pseudoescorpião

Uma nova espécie de pseudoescorpião foi descoberta pelo Laboratório de Ecologia Comportamental de Aracnídeos da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

Encontrada no Parque Natural Municipal das Orquídeas José Pinheiro de Souza, em Piracanjuba, pelos estudantes Jéssica Silva dos Reis e Edwin de Jesus Bedoya Roqueme, do mestrado em Recursos Naturais do Cerrado, e Renata de Freitas Barroso, do mestrado em Ambiente e Sociedade, a nova espécie levou o nome de Cheiridium piracanjubae, em homenagem à cidade de Piracanjuba, simbolizando a relevância da área para a diversidade dos falsos escorpiões.

Segundo o coordenador do Laboratório, professor Everton Tizo, esse novo pseudoescorpião foi encontrado em cascas de árvores e representa a terceira espécie do gênero Cheiridium para o Brasil.

O estudo foi publicado no último dia 7 de agosto, no periódico Studies in Neotropical Fauna and Environmental. A publicação integra uma linha de pesquisa do Laboratório de Ecologia Comportamental de Aracnídeos, da UEG, que visa contribuir para o conhecimento da diversidade e a conservação dos pseudoescorpiões do Cerrado.

“A publicação representa uma importante contribuição para a Ciência e uma devolutiva para a sociedade do estado de Goiás, como uma resposta à confiança atribuída à equipe e pelas agências de fomento”, diz o professor.

PSEUDOESCORPIÃO

Everton explica que os falsos escorpiões são pequenos aracnídeos, de poucos milímetros de comprimento, encontrados em meio à vegetação rasteira ou sob as cascas de árvores.

“O Brasil possui a quinta maior fauna de pseudoescorpiões do mundo, com mais de 180 espécies. Contudo, ainda conhecemos muito pouco sobre a diversidade desses aracnídeos no Cerrado, principalmente da fauna arborícola, adaptada aos troncos das árvores no estado de Goiás”.

O pesquisador ainda explica que a estrutura típica dos troncos de árvores do cerrado propicia um microhabitat para muitas espécies invertebrados, e esses, por sua vez, são importantes nas redes tróficas.

“Embora sejam inofensivos às pessoas, os falsos escorpiões são importantes reguladores naturais das populações de ácaros e pequenos insetos, contribuindo para a saúde do ambiente e a estabilidade das relações tróficas. As espécies arborícolas, por exemplo, podem regular a infestação de ácaros fitófagos em suas plantas hospedeiras”, destaca o professor.

REFÚGIO

O estudo feito pelos estudantes dos mestrados da UEG, em Piracanjuba, encontrou mais de uma dezena de espécies de pseudoescorpiões, que, segundo Everton Tizo, farão parte de uma segunda publicação em revista científica.

“Acreditamos que o bom estado de conservação da área torne-a um refúgio adequado para os falsos escorpiões, que, em sua maioria, são espécies muito sensíveis às transformações ambientais”, destaca.

O professor Everton Tizo salienta que o Laboratório de Ecologia Comportamental de Aracnídeos da UEG, localizado no Câmpus Central, em Anápolis, conta com infraestrutura apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Universidade Estadual de Goiás, por meio do Programa Pró-Pesquisa.

“O Laboratório está se tornando importante mantenedor de acervo biológico de pseudoescorpiões. Hoje, a coleção biológica possui mais de cem espécies, de todos os biomas brasileiros”, diz Everton.

OUTRAS DESCOBERTAS

O professor salienta que o Laboratório de Ecologia Comportamental de Aracnídeos colaborou com estudos anteriores (publicados em 2021 e 2023) que resultaram na descrição de três novas espécies de pseudoescorpiões, encontradas em cavernas, no Parque Nacional de Catimbau, em Pernambuco, pelo Prof. Dr. Eder Barbier.

Na publicação mais recente, envolvendo a espécie Cheiridium piracanjubae, o laboratório descreve sua primeira espécie para o estado de Goiás e a equipe prepara hoje a descrição de outras espécies disponíveis no acervo biológico.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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