Estudantes de Direito investigadas por ofensas a colega cadeirante em vídeos são desligadas de faculdade no Paraná
Jovens postaram ofensas nos ‘melhores amigos’ do Instagram, e vídeos vazaram. Contratos das alunas com a faculdade foram rescindidos.
Estudantes de Direito do Paraná são investigadas após vídeos delas ofendendo cadeirante.
Estudantes de Direito do Paraná são investigadas após vídeos delas ofendendo cadeirante.
As três estudantes de Direito investigadas por publicarem vídeos nas redes sociais com ofensas a uma colega cadeirante tiveram os contratos com a faculdade rescindidos, conforme o Centro Universitário de Telêmaco Borba, onde o caso aconteceu.
A informação foi divulgada por meio das redes sociais da faculdade na noite de sexta-feira (11), após a Polícia Civil abrir um inquérito para apurar o caso.
“As envolvidas nos vídeos que circularam recentemente nas redes sociais tiveram seus contratos rescindidos e não fazem mais parte do corpo discente da Instituição, já tendo sido notificadas dos respectivos desligamentos. Reforçamos, mais uma vez, que a cordialidade, o respeito e a inclusão são valores inegociáveis e constituem a base da nossa cultura educacional”, afirma a nota da UNIFATEB.
O g1 questionou a UNIFATEB se a decisão foi tomada de forma unilateral ou após consenso com as estudantes. No entanto, até a publicação desta reportagem, não obteve resposta.
Conforme a polícia, as postagens foram feitas na segunda-feira (7) no perfil de uma delas do Instagram, na opção “melhores amigos”, ou seja, a um grupo restrito de seguidores. Os vídeos vazaram e viralizaram nas redes sociais na quarta (9).
Nas postagens, primeiramente, as universitárias ofenderam a colega justificando que a vítima teria rido delas durante a apresentação de um trabalho para a turma.
“Segredo de estado para vocês: na nossa sala tem uma cadeirante, uma magrela. E a gente ‘tava’ apresentando o trabalho hoje e a cadeirante rindo da nossa cara… por que não levantou e foi rir lá na nossa frente? Por que que aquela magrela feiosa não levantou e não veio falar? Porque é magrela, sabe que apanha a lazarenta, desgraçada (sic).”
Na sequência, uma das estudantes aparece cantando uma música com outras ofensas: “Vem aleijadinha, vem aleijadinha, sem movimento é mais fácil de tirar a sua calcinha”.
A Polícia Civil optou por não divulgar mais detalhes sobre o caso para não atrapalhar as investigações. Afirmou também que todas as envolvidas serão ouvidas.
Os nomes e idades delas não foram oficialmente revelados. Por conta disso, o DE optou por borrar o vídeo com as ofensas porque não há confirmação se alguma das investigadas tem menos de 18 anos.
O DE apurou que, nesta sexta-feira (11), nas redes sociais, a estudante que publicou os vídeos postou uma nota de retratação no próprio perfil, que é privado para seguidores autorizados.
“Venho aqui reconhecer, com toda a sinceridade, que o conteúdo foi ofensivo, insensível e totalmente inaceitável. Assumo total responsabilidade pelo que disse. A ‘brincadeira’, além de desrespeitosa, desconsidera toda a luta e o respeito que cada ser humano merece, independente de suas condições físicas. Refleti profundamente sobre o impacto das minhas palavras e entendo que não se trata apenas de ‘brincadeira’, mas de como elas podem ferir e perpetuar preconceitos que precisamos combater.”
No texto, ela também pediu desculpas à colega mencionada, aos demais colegas da faculdade, à instituição e a todas as pessoas com deficiência que se sentiram atingidas pela atitude.
“Tenho aprendido, com dor e humildade, que liberdade de expressão não significa ausência de responsabilidade. Estou aberta ao diálogo e disposta a participar de ações que promovam mais inclusão, empatia e respeito no ambiente acadêmico e na sociedade. Esse erro não define quem sou, mas será parte importante do meu processo de amadurecimento e mudança. Todos que foram impactados negativamente, minha mais profunda e sincera retratação.”
O DE tenta localizar a defesa das estudantes envolvidas.
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