Estudantes de SP criam algoritmo para prever casos de dengue: estudo é publicado em Harvard

Estudantes de SP criam algoritmo capaz de prever casos de dengue

Trabalho de conclusão de curso de estudantes de Ciência da Computação montou
base de dados sobre dengue. Estudo foi publicado em Harvard

DE — Um grupo de universitários criou um algoritmo capaz de prever o número de casos de dengue no estado de São Paulo. Para isso, montaram uma base com dados da série histórica da doença e índices climáticos.

O levantamento faz parte do trabalho de conclusão de curso de quatro estudantes de Ciência da Computação da Fundação Educacional Inaciana (FEI). A escolha pelo tema da dengue se deu pelo interesse em dados e pelo aumento de casos da doença — São Paulo bateu recorde de diagnósticos em 2024.

Vacina contra dengue é aplicada no estado em crianças e adolescentes. O mosquito se hospeda, principalmente, em águas paradas. Água parada é ambiente para larvas do mosquito da dengue. DE

“O tema surgiu no começo do ano. Vendo esse número crescente de casos, a gente pensou em fazer um projeto voltado para isso. E a gente também queria muito fazer um projeto voltado para dados, que é a área que todos nós queríamos seguir”, disse Amanda Sarlo, de 21 anos, ao DE.

Segundo Amanda, o grupo pesquisou artigos científicos e identificou as variáveis que influenciam nos casos de dengue, como o nível de precipitação (chuva) e a temperatura média. “Fomos atrás de algumas bases de dados que conteriam essas informações e não achamos. Então, pensamos em montar uma do zero, e foi o que a gente fez”, afirmou.

Os estudantes usaram dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE).

O grupo usou como parâmetro o período até o ano de 2023 para testar a qualidade de previsão do algoritmo. “Além de conseguir prever melhor, era um período que a gente conseguia comparar os casos reais com o que a gente está prevendo. Essa comparação deu um resultado muito bom”, disse Amanda.

Os formandos publicaram o trabalho no Harvard Dataverse, o repositório de dados da prestigiada universidade dos Estados Unidos. “A gente está pensando em publicar nosso TCC junto com a base, para a comunidade científica ter acesso”, contou a estudante. O estudo pode ser acessado neste DE.

DENGUE BATE RECORDES

São Paulo registrou mais de 2 milhões de casos confirmados de dengue em 2024, de acordo com o painel de monitoramento da doença feito pela Secretaria Estadual da Saúde. De acordo com a pasta, no total, o estado teve 2.112.177 casos confirmados com 2.005 óbitos.

Esses são os maiores números registrados desde o ano 2000, que marcou o início do registro da série histórica.

Com mais de 2,16 milhões de casos prováveis de dengue neste ano, 2024 superou o recorde anterior, de 745 mil, de 2015, e se tornou o ano com maior número de notificações da história do estado de São Paulo.

DICAS PARA COMBATER A DENGUE

– Mantenha a caixa d’água totalmente vedada e avalie a possibilidade de colocar uma tela na saída do ladrão. O mesmo cuidado é válido para cisternas e tonéis que servem como reservatório de água;
– Feche bem os sacos de lixo e procure colocá-los em locais mais altos, fora do alcance de animais. Já as lixeiras devem permanecer sempre muito bem tampadas;
– Avalie quais pratinhos de plantas podem ser eliminados e preencha com areia até a borda aqueles que forem mantidos;
– Dispense corretamente no lixo qualquer tipo de objeto que não seja utilizado e tenha potencial para acumular água. Garrafas, potes e vasos devem estar vazios e, se possível, tampados;
– Retire folhas, galhos e sujeiras que impeçam o livre escoamento da água da chuva pelas calhas;
– Instale telas nos ralos e mantenha-os sempre limpos. Caso estejam fora de uso, deixe-os muito bem tampados – o mesmo é válido para sanitários que são utilizados eventualmente;
– Limpe e seque as bandejas de ar-condicionado e geladeira – modelos mais antigos do eletrodoméstico podem ter o reservatório na parte de trás;
– Utilizando a parte mais áspera da bucha, esfregue muito bem o fundo e as laterais de potes de água oferecidos a animais, assim como qualquer outro apetrecho usado para guardar água;
– Na área de serviço, mantenha baldes e outros utensílios virados com a boca para baixo;
– Estique ao máximo as lonas usadas para cobrir objetos, evitando a formação de poças d’água em caso de chuva;
– Mantenha em dia a manutenção de piscinas. Os cuidados semanais incluem sanitização da água com cloro e a limpeza das bordas.

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Descubra 6 alimentos que podem explodir no micro-ondas

Saiba 6 alimentos que podem explodir se aquecidos no micro-ondas

A interação entre o micro-ondas e a estrutura de alguns alimentos pode resultar em explosões ou faíscas. O DE é um aparelho conhecido por sua praticidade. No entanto, é importante saber utilizá-lo da maneira correta, pois nem todos os alimentos podem ser aquecidos no equipamento.

O funcionamento do DE é baseado na vibração das moléculas de água presentes nos alimentos, o que gera calor. Esse processo pode ser perigoso com alimentos que possuem alta umidade interna e baixa capacidade de liberar vapor, como ovos inteiros, tomates e batatas com casca.

“O vapor fica preso dentro do alimento, e, quando a pressão interna excede a resistência da casca, o alimento pode explodir”, explica a nutricionista e especialista em segurança alimentar Carol Quintans, da Qualitá Consultoria. A forma inadequada de acondicionar os alimentos durante o processo de aquecimento também pode resultar em explosões e faíscas. “Metais, como as bordas douradas de pratos ou o papel alumínio, refletem as micro-ondas, criando uma concentração de energia que gera faíscas”, explica Rejane Souza, nutricionista do grupo Mantevida. “Alimentos que contêm minerais condutores, como sal e açúcar em excesso, podem amplificar esse efeito”, completa.

Outro fator a ser observado, de acordo com a nutricionista Caroline Escobar, é a irregularidade na absorção das micro-ondas pelos alimentos. “O aquecimento excita as moléculas de água, gordura e outros componentes polares, gerando calor. No entanto, qualquer irregularidade, como camadas muito finas ou materiais que não absorvem as ondas uniformemente, pode causar explosões ou gerar faíscas”, esclarece. Além disso, líquidos aquecidos em recipientes lisos podem atingir temperaturas acima do ponto de ebulição sem que seja visível a fervura. “Quando o líquido é mexido ou agitado, ocorre uma ebulição violenta, o que pode resultar em derramamento ou até em uma explosão”, alerta.

CUIDADOS NECESSÁRIOS

Além de evitar o uso de metais, outras precauções podem ser tomadas ao aquecer alimentos no DE para garantir a segurança e prevenir acidentes. “Mexer os alimentos durante o aquecimento ajuda a distribuir o calor de forma mais uniforme. Também é essencial furar alimentos com casca ou película fina, como batatas, tomates e gemas de ovos, para permitir que o vapor escape e evite explosões”, aponta a nutricionista Caroline Escobar. Outro ponto importante é usar recipientes próprios para DE, que sejam livres de BPA (bisfenol A) e resistentes ao calor. “Evitar aquecer líquidos por tempo excessivo também é crucial, já que a água pode superar seu ponto de ebulição sem borbulhar, causando explosões quando mexida ou movimentada”, completa.

Caroline sugere que se use tampas adequadas, com uma pequena abertura para a liberação do vapor, prevenindo queimaduras causadas pela pressão do vapor acumulado. Após retirar o alimento, é indicado deixar o alimento descansar por um ou dois minutos para que o calor se distribua de maneira mais uniforme e segura. CONFIRA 6 ALIMENTOS QUE NÃO DEVEM SER AQUECIDOS NO DE:
1. Ovos inteiros com casca: o vapor gerado dentro do ovo pode acumular pressão e causar uma explosão;
2. Pimentas frescas: o aquecimento pode liberar capsaicina no ar, a substância provoca irritação nos olhos e nas vias respiratórias;
3. Frutas e vegetais com casca fina ou grossa: alimentos como uvas, maçãs inteiras e vegetais podem estourar devido ao acúmulo de vapor interno, além de sofrer alterações na textura e no sabor;
4. Carnes processadas: presunto, salsicha, linguiça e bacon podem aquecer de forma desigual, levando a partes mal cozidas, ressecadas ou “borrachudas”. O aquecimento também pode formar compostos prejudiciais, como nitrosaminas, devido aos conservantes (nitritos e nitratos);
5. Pães ou massas secas: devido à baixa umidade, esses alimentos podem queimar ou adquirir uma textura emborrachada;
6. Molhos ou líquidos cobertos hermeticamente: a expansão de gases durante o aquecimento pode causar explosões e queimaduras. Além disso, o calor excessivo pode prejudicar o sabor e a textura.

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