Estudo: anti-inflamatório pode reduzir recidiva de câncer de intestino

Câncer de intestino: anti-inflamatório pode reduzir risco de recidiva

Estudo sugere que uso de remédio antiinflamatório associado à quimioterapia melhora sobrevida livre de doença em alguns pacientes. Incluir um remédio anti-inflamatório no tratamento quimioterápico contra o câncer de intestino pode reduzir os riscos de um retorno dos tumores em alguns pacientes.

É o que revela a revisão dos resultados de um estudo clínico, mostrando que o uso do celecoxibe, um remédio já usado para tratamento da artrite reumatoide, pode aumentar a sobrevida saudável de pacientes com câncer de cólon (porção final do intestino).

A pesquisa foi feita em pacientes em tratamento pós-operatório que haviam retirado o foco principal de seus tumores altamente desenvolvidos (em estágio 3). Todos os voluntários deste recorte da pesquisa ainda tinham em seus exames de sangue traços de DNA tumoral circulante (ctDNA), marcadores da presença de tumores no organismo. Pesquisas anteriores mostraram que pessoas com ctDNA em pós-operatório tem maiores riscos de terem uma recidiva dos tumores. Entretanto, aqueles que receberam celecoxibe além da quimioterapia padrão, apresentaram melhora significativa na sobrevida livre de doença.

Os resultados da avaliação foram adiantados neste sábado (25/1) pelos pesquisadores do Dana-Farber Brigham Cancer Center, nos Estados Unidos. “Este é um dos primeiros estudos a mostrar que o status do ctDNA tem utilidade preditiva na seleção de pacientes que respondem melhor a um medicamento”, diz Jonathan Nowak, patologista do Dana-Farber Cancer Institute e chefe do ensaio clínico, em comunicado à imprensa.

Pacientes com câncer de cólon em estágio 3 são tratados com cirurgia e quimioterapia adjuvante para reduzir o risco de recidiva. No entanto, em alguns casos, a doença retorna, tornando o tratamento mais desafiador. Os pesquisadores sugerem que os marcadores de ctDNA, detectado por exames de sangue, possam ser usados como ferramentas para identificar indivíduos com maior probabilidade de recaída e receber tratamentos com anti-inflamatórios.

O estudo original, iniciado em 2010, não mostrou benefício estatisticamente significativo com o uso de celecoxibe para todos os pacientes com câncer de intestino. No entanto, avanços na detecção de ctDNA permitiram identificar subgrupos que podem se beneficiar do tratamento, como é o caso daqueles com ctDNA. Análises dos mil participantes com ctDNA positivo após as cirurgias (cerca de 40% dos envolvidos no estudo original) revelaram que aqueles tratados com celecoxibe viveram mais tempo sem o retorno do tumor do que aqueles que fizeram apenas quimioterapia. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto! Para ficar por dentro de tudo sobre ciência e nutrição, veja todas as reportagens de Saúde.

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