Estudo aponta contaminação da água em 61 cidades goianas entre 2018 e 2020

Levantamento feito pelo Repórter Brasil, uma Organização de Comunicação e Projetos Sociais, com foco em Comunicação e Pesquisa, detectou que a água de 61 cidades goianas apresentaram substâncias prejudiciais à saúde.

A pesquisa foi feita entre 2018 e 2020, com base nos dados do Sistema de Informação de Vigilância Sanitária da Qualidade da Água para Consumo Humano (Siságua), do Ministério da Saúde, que recebe o resultado dos testes feitos após o tratamento da água pelas companhias de abastecimento.

Das 61 cidades com poluentes na água, em 43 as substâncias que geravam risco à saúde foram encontradas, como os trihalometanos.

Eles são um grupo de compostos químicos e orgânicos que derivam do metano, como o clorofórmio, que é cancerígeno e pode produzir efeitos no fígado, rins e sangue. Os produtos químicos são usados em vernizes, ceras, gorduras, óleos, graxas, como agende de limpeza a seco, anestésico, em extintores de incêndio, intermediário na fabricação de corantes, agrotóxicos e como fumigante para grãos.

Em outros 13 municípios, segundo o estudo, foram encontrados Cádmio, Chumbo, Arsênio e Glifosato na água de abastecimento. Cinco municípios só tinham, de acordo com os dados do Siságua, as substâncias com risco de gerar doenças crônicas, como cádmio, chumbo, arsênio e o glifosato. Entre os municípios com água contaminada destacam-se Senador Canedo, Rio Verde, Aruanã, Nerópolis, Luziânia e Formosa.

Em Goiânia e em Aparecida de Goiânia, onde há o maior adensamento no Estado, a qualidade da água fornecida à população está dentro do limite de segurança. Apesar de revelar que a água tratada pode carregar agrotóxicos e outras substâncias químicas e radioativas que são perigosas para a saúde, o Mapa da Água revela que Goiás está dentro da média nacional em relação ao número de cidades com contaminação de água.

Menos de um quarto dos municípios apresentaram algum tipo de alteração na análise. No Brasil todo foram registradas alterações em 763 cidades.

Saneago

Em nota, a Saneago explicou que “toda a água fora do padrão de potabilidade, que possa causar risco à população não é distribuída aos consumidores, portanto não chega aos imóveis. Além disso, segundo a companhia, quando há uma situação pontual de inconformidade são realizadas ações corretivas como descargas em ramais e redes de distribuição.
A Saneago opera em 226 dos 246 municípios de Goiás e segundo a assessoria da empresa, foram realizadas mais de 4 milhões de análises entre 2018 e 2021. “A Saneago realiza em torno de 354 mil análises anuais, referente aos parâmetros físico-químicos, bacteriológicos, hidrobiológicos, compostos orgânicos/agrotóxicos e metais. Os laboratórios regionais realizam anualmente em torno de 650 mil análises, referente aos parâmetros físico-químicos, bacteriológicos. Já os laboratórios operacionais, nas estações de tratamento de água, realizam análises fisico-químicas no mínimo a cada 2 horas para garantir a eficiência e eficácia do processo de tratamento de água”

Veja a nota completa:

A Saneago tranquiliza a população em relação à qualidade da água para abastecimento público. Destacamos que nossa água tratada obedece, rigorosamente, todos os padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Garantimos que água fora do padrão de potabilidade, que possa causar risco à população, não é distribuída aos consumidores, portanto, não chega aos imóveis.

Para as situações pontuais de inconformidade, são executadas ações corretivas, como descargas em ramais e na rede de distribuição. Em situações de urgência, ações preventivas e/ou corretivas são executadas como: paralisação do tratamento de água, manutenções nos sistemas de abastecimento de água, limpeza dos reservatórios, limpeza da rede de distribuição.

A Companhia realiza o monitoramento da qualidade da água bruta (captada nos mananciais ou poços tubulares profundos) e tratada dos sistemas de abastecimento nos 226 municípios onde opera. O acompanhamento é feito por meio de análises, conforme determinado pelas legislações vigentes do Ministério da Saúde e do Ministério do Meio Ambiente. Os parâmetros analisados e a frequência seguem a recomendação da Resolução Conama nº 357, de 17 de março de 2005, do Ministério do Meio Ambiente e Conama nº 396, de 03 de abril de 2008.

O monitoramento da água tratada é realizado nos laboratórios da Saneago e segue a determinação da Portaria nº 888/2021 do Ministério da Saúde, que altera a Portaria de Consolidação nº 5 de 28/09/2017, Ministério da Saúde, Anexo XX. Os pontos de amostragem estão localizados nas saídas das Estações de Tratamento de Água (ETAs), em reservatórios de água tratada e nas redes de distribuição da água tratada.

A Saneago possui uma rede de laboratórios, sendo 190 laboratórios operacionais, 16 laboratórios regionais e um Laboratório Central de Água, que possui certificado de acreditação segundo os requisitos legais estabelecidos pela ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017 concedido pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (CGCRE).

Com isso, a Companhia se destaca entre as principais companhias de saneamento do País, sendo o Laboratório Central um dos poucos laboratórios de empresas de saneamento a obter esse reconhecimento. A documentação atesta a qualificação dos serviços realizados, garante a confiabilidade das análises e demonstra, de forma objetiva e documentada, a competência do Laboratório em produzir resultados válidos e confiáveis. Além disso, certifica que a unidade tem o Sistema de Gestão da Qualidade implementado em conformidade com as normas técnicas.

A Saneago realizou mais de 4 milhões de análises entre 2018 e 2021. No Laboratório Central de Água, em Goiânia, a Saneago realiza em torno de 354 mil análises anuais, referente aos parâmetros físico-químicos, bacteriológicos, hidrobiológicos, compostos orgânicos/agrotóxicos e metais. Os laboratórios regionais realizam anualmente em torno de 650 mil análises, referente aos parâmetros físico-químicos, bacteriológicos. Já os laboratórios operacionais, nas estações de tratamento de água, realizam análises fisico-químicas no mínimo a cada 2 horas para garantir a eficiência e eficácia do processo de tratamento de água.

Todos os resultados monitorados pela Saneago são disponibilizados no Siságua mensalmente e semestralmente, conforme formulário próprio do Vigiágua. Portanto, a Saneago realiza o monitoramento conforme os requisitos legais de potabilidade da legislação brasileira.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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