Estudo feito com gêmeos revela o que acontece ao comer poucas frutas
Pesquisas feitas com gêmeos idênticos mostraram que comer porções insuficientes
de frutas e vegetais prejudica o funcionamento do cérebro
A dica é unânime entre os profissionais de saúde: comer mais porções de frutas e
verduras ajuda o corpo a funcionar melhor. Um estudo publicado na Nature Scientific Reports em 29/11 investigou os
prejuízos que a baixa ingestão de frutas provoca para o estado mental das pessoas.
A pesquisa foi realizada analisando dados de estudos anteriores feitos com
gêmeos idênticos. Ao todo, foram reunidas informações de aproximadamente 3,4 mil
gêmeos da Austrália, Dinamarca, Suécia e EUA, todos tinham mais de 45 anos. A
ideia de usar informações sobre gêmeos buscou diminuir a interferência de
variáveis socioeconômicas e genéticas na análise.
MENOS FRUTAS, MAIS DEPRESSÃO
A pesquisa avaliou a ingestão diária de um total de 13 frutas e 22 tipos de
vegetais. Apenas a batata foi desconsiderada já que a diversidade de preparos,
muitas vezes excessivamente gordurosos, poderia interferir nos resultados.
Ao analisar as informações sobre a dieta regular dos participantes, os
pesquisadores estabeleceram parâmetros comparativos: a baixa ingestão de frutas
foi em média de 0,3 porções por dia e a baixa ingestão de vegetais foi de 0,5
porções por dia; enquanto a alta ingestão de frutas foi de 2,1 porções por dia e
a alta ingestão de vegetais foi de duas porções por dia.
A análise apontou que o consumo alto de frutas reduziu em 15% o risco de
depressão entre os participantes, enquanto o de vegetais levou a uma redução de
9%.
> “Descobrimos que o consumo de frutas e vegetais de modo geral foi baixo, mesmo
> as pessoas com alta ingestão não alcançavam a recomendação de consumo da
> Organização Mundial da Saúde, de pelo menos cinco porções por dia”, apontou a
> psiquiatra Annabel Matison, líder da pesquisa, em comunicado à imprensa.
O estudo não foi capaz de determinar exatamente por que as pessoas que comiam
mais frutas tinham risco menor de depressão, mas apontou que outros estudos já
indicaram que os alimentos frescos conseguem regular a saúde do microbioma
intestinal, reduzindo inflamações sistêmicas que afetam o cérebro.
MELHORES DIETAS PARA COMER SAUDÁVEL
Dieta Mediterrânea – Baseada em alimentos frescos, escolhidos conforme a
estação do ano, e naturais, é interessante por permitir consumo moderado de
vinho, leite e queijo. O cardápio é tradicional na Itália, Grécia e Espanha, usa
bastante peixe e azeite, e, desde 2010, é considerado patrimônio imaterial da
humanidade. Além de ajudar a perder peso, diminui o risco de doenças
cardiovasculares.
Dieta Flexitariana – Sugere uma redução de até 70% do consumo de carne,
substituindo a proteína animal por vegetais, frutas, sementes, castanhas e
cereais. Com o regime, o organismo ficaria mais bem nutrido e funcionaria
melhor. É recomendado começar trocando a carne vermelha por frango ou peixe e
procurar um nutricionista para acompanhar a necessidade de suplementação de
vitamina B12, encontrada em alimentos de origem animal.
Dieta MIND – Inspirada nas dietas Mediterrânea e Dash, a MIND é feita
especificamente para otimizar a saúde do cérebro, cortando qualquer alimento que
possa afetar o órgão e focando em nozes, vegetais folhosos e algumas frutas. Um
estudo feito pelo Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos
descobriu que os pacientes que seguiram a dieta diminuíram o risco de Alzheimer
de 35% a 53%, de acordo com a disciplina para seguir as recomendações.
Dieta TLC – Criada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos,
pretende cortar o colesterol para melhorar a alimentação dos pacientes. São
permitidos vegetais, frutas, pães integrais, cereais, macarrão integral e carnes
magras. Há variações de acordo com cada objetivo, como melhorar o colesterol e
perder peso.
Dieta Nórdica – Como o nome sugere, a dieta é baseada na culinária de
países nórdicos e dá bastante enfoque ao consumo de peixes (salmão, arenque e
cavala), legumes, grãos integrais, laticínios, nozes e vegetais, além de óleo de
canola no lugar do azeite. Segundo a OMS, o regime reduz o risco de câncer,
diabetes e doenças cardiovasculares.
Dieta Dash – A sigla significa, em português, Métodos para Combater a
Hipertensão e foca não só em diminuir a quantidade de sódio ingerida, mas em
alimentos ricos em proteínas, fibras, potássio, magnésio e cálcio. A dieta tem
20 anos e é reconhecida por várias publicações científicas pela eficiência em
reduzir a pressão arterial e controlar o peso.
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