Estudo da Unicamp: Como Cientistas Usam Células Humanas para Estudar Tons de Pele

Da maquiagem à medicina: como cientistas da Unicamp usam células humanas para estudar tons de pele

Pesquisadores usam técnica pioneira de sequenciamento para entender como diferentes tonalidades podem responder a tratamentos ou condições patológicas. O estudo, que tem previsão de durar 24 meses, visa compreender o comportamento das células da pele em amostras de diversidades étnico-raciais.

Um estudo realizado na Unicamp, em Campinas (SP), utiliza células humanas para investigar o comportamento de diferentes tons de pele. Segundo os cientistas envolvidos, a caraterização de amostras diversas é inovadora e busca aprofundar o conhecimento tanto nacional quanto internacionalmente.

Ao DE, os pesquisadores ressaltam a importância da diversidade étnico-racial nos estudos que buscam compreender o perfil celular do corpo humano. A ausência de amostras com diferentes características pode prejudicar o desenvolvimento de cosméticos e medicamentos personalizados para pessoas de diferentes etnias.

O projeto liderado pela Unicamp visa ser um alicerce para entender a pele em suas diversas tonalidades. Com os resultados a serem publicados e incluídos no Human Cell Atlas, consórcio internacional para mapeamento das células, a pesquisa pretende fornecer informações que possam impulsionar o desenvolvimento de novas tecnologias e conhecimentos sobre a pele humana.

As análises iniciais destacam a importância da tecnologia pioneira desenvolvida na Unicamp para o sequenciamento das células da pele. A coleta de biópsias e a determinação do repertório de genes expressos em cada uma das células têm revelado informações valiosas sobre a biologia da pele e seu comportamento em diferentes tonalidades.

O estudo demanda supercomputadores e especialistas em bioinformática para interpretar o volume massivo de dados gerados. A diversidade de células presentes nas amostras, aliada ao comportamento das células, é essencial para compreender como as diferentes tonalidades de pele respondem a tratamentos e condições patológicas.

A utilização de peles de voluntárias inscritas no centro de pesquisa da empresa de cosméticos tem enriquecido o estudo. Com amostras colhidas ao longo de vários anos, o recrutamento diversificado contribui para a ampliação do banco de dados e para a geração de novos cosméticos adaptados a diferentes tipos de pele.

O banco de dados gerado tem o potencial de revolucionar o desenvolvimento de produtos cosméticos mais inclusivos e abrangentes. A expectativa é que, a partir das informações obtidas, novos benefícios e produtos mais adequados às diversas tonalidades de pele possam ser desenvolvidos, atendendo a uma demanda emergente e promovendo a inclusão e diversidade.

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