Estudo em Fernando de Noronha avalia impacto do turismo no aratu-da-rocha: saiba mais sobre a pesquisa de conservação

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Pesquisadores estão em Fernando de Noronha para atualizar o censo do aratu-da-rocha (Grapsus grapsus), feito pela última vez em 2010 e 2011. O objetivo é identificar as praias com maior presença da espécie e avaliar como o turismo afeta esses animais. Segundo a professora e pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Andrea Santa Rosa Freire, a presença intensa de turistas afasta os aratus. Eles são importantes por conectarem o ambiente terrestre com o marinho, caminhando entre as rochas e a água.

Os aratus evitam locais com muita presença humana, pois têm medo das pessoas e as veem como predadoras. Por isso, tendem a se afastar de praias mais movimentadas. Na pesquisa de campo, os cientistas usam uma trena para marcar 20 metros na praia e contam quantos aratus existem na área. Posteriormente, realizam uma coleta manual para medir o corpo dos animais e identificar a maturidade sexual, auxiliando na definição de estratégias de conservação. Vanessa Martins, outra pesquisadora, indica que o estudo não revela o número exato de indivíduos, mas aponta tendências populacionais.

As pesquisadoras também analisam a carapaça dos aratus, que possuem marcas únicas e permanentes, semelhantes a uma impressão digital. A captura do aratu-da-rocha é proibida no Parque Nacional Marinho, mas permitida na Área de Proteção Ambiental (APA). Nos últimos anos, o consumo na ilha tem diminuído, o que é positivo para permitir que os animais cresçam e cheguem à fase reprodutiva. Com base nos dados coletados, as pesquisadoras planejam apresentar sugestões ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, propondo regras de proteção para preservar a espécie.

Os estudos desenvolvidos em Fernando de Noronha são fundamentais para entender o impacto do turismo sobre os aratus. A movimentação intensa de pessoas nas praias pode afetar significativamente a presença e o comportamento desses animais. Por meio de análises criteriosas e coleta de informações em campo, os pesquisadores buscam orientar ações de conservação que visem garantir a sobrevivência e a reprodução saudável da espécie. É essencial promover a conscientização ambiental e a adoção de medidas sustentáveis para proteger a fauna e flora local de Fernando de Noronha e manter o equilíbrio do ecossistema da região.

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