Cientistas identificam marcadores dos diferentes estágios do Parkinson
Estudo global, com mais de 2,5 mil pessoas com Parkinson, pode contribuir para o diagnóstico e tratamento da doença no futuro
Um grupo internacional de pesquisadores fez um avanço importante no entendimento do Parkinson DE. Os cientistas conseguiram identificar marcadores que indicam padrões de neurodegeneração do cérebro para cinco estágios clínicos da doença.
A descoberta foi publicada na revista NPJ Parkinson’s Disease e pode ser o primeiro passo para o desenvolvimento de melhores formas de diagnóstico e tratamento. Os pesquisadores acreditam que será mais fácil estabelecer em que estágio da doença o paciente está a partir de exames de imagem.
O Parkinson DE é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo. É uma condição que causa problemas de movimento, saúde mental, sono, dor, entre outros. A doença geralmente ocorre em pessoas mais velhas, mas indivíduos jovens também podem ser afetados.
A causa da enfermidade ainda é desconhecida, mas pessoas com histórico familiar da doença apresentam maior risco. Exposição à poluição do ar, pesticidas e solventes também aumentam a possibilidade de desenvolver a doença, destaca a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular. Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura.
Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos.
Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida.
Novos marcadores do Parkinson
Para fazer o estudo global, os pesquisadores analisaram dados clínicos e de ressonância magnética cerebral de 2.525 indivíduos com Parkinson e 1.326 pessoas saudáveis de 20 países diferentes.
Eles observaram que, conforme a doença avançava entre seus estágios, o paciente apresentava um grau maior de atrofia ou hipertrofia nas estruturas ligadas ao movimento e em outras áreas corticais, responsáveis por funções básicas. Também ficou evidente que várias dessas estruturas apresentavam diferenças na forma. Algumas regiões do tálamo — que atua como um retransmissor de informações dos sentidos para o córtex cerebral — haviam ficado mais espessas.
As amígdalas, por sua vez, diminuíram de tamanho. Essa estrutura está relacionada com a regulação das emoções e do comportamento social. Os pesquisadores acreditam que os resultados possibilitam novas formas de acompanhar tratamentos futuros.
Essas descobertas fornecem novos insights sobre a degeneração subcortical do Parkinson ao demonstrar padrões de morfologia específica do estágio da doença, amplamente consistentes com a degeneração em andamento. Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre isso!