Estudo mostra eficiência do tratamento com ultrassom de alta intensidade para o câncer de próstata

Um novo estudo, realizado em seis hospitais pelo Reino Unido, monitorou 625 homens com câncer de próstata. Esses pacientes receberam o tratamento chamado de ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU, sigla em inglês), um processo similar a “tumorectomia”, usada para tratar outros tipos de câncer, onde é feita a remoção apenas das células cancerígenas, deixando o maior número de células saudáveis possíveis.

A conclusão do estudo, o maior já realizado sobre o tratamento HIFU focal para tumores prostáticos, indicou que depois de 5 anos a taxa de sobrevivência dos pacientes tratados com o HIFU é de 100%. Aproximadamente, 1 em 10 homens precisou de algum tratamento posterior.

O último teste realizado com esse tratamento sugeriu que a técnica pode ser capaz de combater o câncer com ainda menos efeitos colaterais. A pesquisa também mostrou que o risco de efeitos indesejados em sua utilização , como incontinência urinária e disfunção erétil, foram menores que os apresentados por outros tratamentos, de 2% e 15% respectivamente.  

A taxa de sobrevivência dos tratamentos tradicionais, como a radioterapia e cirurgia, também é de 100% após 5 anos, mas é preciso levar em conta a qualidade de vida desses pacientes. A cirurgia convencional e a radioterapia são tratamentos eficientes para tratar toda a próstata, mas podem levar ao desenvolvimento de problemas urinários em 5 a 30% dos casos. Além do risco de ocasionar disfunção erétil de 30 a 60%. A radioterapia também pode causar desordens retais com diarreias frequentes e desconforto em 5% dos pacientes.

No Brasil, o Uro-oncologista presidente da Associação Latino-americana de Uro-Oncologia (UROLA), Dr. Marcelo Bendhack é um dos pioneiros no emprego do HIFU, tendo realizado o procedimento com sucesso em centenas de pacientes. “A técnica aplica uma energia acústica (ultrassônica) num ponto específico e em questão de segundos resulta na destruição apenas do tecido onde o tumor está localizado, eliminando-o para a cura”, explica Dr. Marcelo Bendhack. O paciente com maior seguimento, tratado de modo focal pelo grupo do dr. Bendhack, apresenta evolução livre de doença há mais de 11 anos.

No novo estudo sobre o HIFU, conduzido em homens com média de idade de 65 anos, em que o câncer não se espalhou para outros órgãos, o risco de incontinência urinária passados cinco anos da realização do tratamento foi de apenas 2%, e o risco de disfunção erétil foi de 15%, em casos de câncer de médio e alto risco. 

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Pesquisa aponta que 49% dos brasileiros acreditam em melhorias no país em 2025

Um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou que 49% dos brasileiros acreditam que o país terá melhorias em 2025. O índice permanece estável em relação à pesquisa de outubro, mas registra uma queda de 10 pontos percentuais comparado a dezembro de 2023, quando o otimismo atingiu 59%.

A percepção de piora aumentou entre os entrevistados: 28% acreditam que o Brasil irá piorar em 2025, uma alta de cinco pontos em relação a outubro (23%) e de 11 pontos frente a dezembro do ano anterior (17%).

O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, 26, foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 5 e 9 de dezembro, com 2 mil participantes de todas as regiões do país.

Sobre o desempenho do Brasil em 2024, 66% dos entrevistados afirmaram que o país melhorou (40%) ou permaneceu igual (26%) em comparação a 2023. No entanto, essa soma representa uma queda de 13 pontos em relação a dezembro de 2023, quando 79% acreditavam que o cenário havia melhorado (49%) ou permanecido estável (30%).

A percepção de piora em 2024 alcançou 32% em dezembro, marcando um aumento significativo em relação aos 20% registrados no mesmo período do ano anterior.

Para Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, os resultados refletem um equilíbrio entre otimismo e cautela. “O ano teve aspectos positivos, como o aumento do emprego, mas foi marcado por fatores adversos, como seca, queimadas e notícias sobre alta da Selic, juros e inflação”, explicou Lavareda.

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