Pesquisa que fundamentou uso de cloroquina para Covid é “despublicada”.
Publicação afirma que há preocupações sobre a ética e análise dos resultados do
estudo que pautou uso da cloroquina contra a Covid no mundo.
Durante a pandemia de Covid-19, uma das principais polêmicas foi sobre o uso da
cloroquina para tratar pacientes infectados pelo coronavírus.
O remédio ficou popular, especialmente, após a publicação de um estudo na
revista científica Journal of Antimicrobial Agents em março de 2020.
A publicação anunciou, na terça (17/12), que irá retirar o artigo após uma
pesquisa aprofundada feita por um “especialista imparcial que atua como
consultor independente em ética editorial”. Foram questionadas várias regras, a
ética do artigo e interpretação dos resultados.
No texto, a revista diz que “a condução apropriada de pesquisas envolvendo
participantes humanos, bem como preocupações levantadas por três dos autores em
relação à metodologia e conclusões” foram levadas em consideração e causaram
preocupação.
O estudo foi feito pelo médico francês Didier Raoult,
que era chefe do Instituto de Infectologia do Hospital Universitário de
Marselha. O profissional se aposentou em 2021 e foi proibido de exercer a
medicina no mesmo ano pela promoção do uso da cloroquina. Outros 17
profissionais assinam a pesquisa.
Segundo a revista, a defesa dos autores não foi convincente e os estudos
apresentados como prova da eficácia da cloroquina foram descartados
por falhas metodológicas ou éticas.
Estudos robustos e reconhecidos internacionalmente — como o Solidariedade, feito
pela Organização Mundial de Saúde, e o britânico Recovery — mostraram que a
cloroquina é ineficaz no tratamento e prevenção da Covid-19.
O remédio pode, inclusive, ser associado a efeitos adversos graves,
principalmente para a saúde do coração.
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