A insegurança alimentar é um problema que afeta mais famílias de mães solo negras do que se imaginava anteriormente. Segundo um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (Ipedf), 41% dos casos de insegurança alimentar estão em famílias com crianças de 0 a 6 anos lideradas por mulheres negras. Em comparação, a insegurança alimentar em lares chefiados por mães solo não negras é de 29%. Esses dados foram divulgados recentemente em um suplemento que aborda a insegurança alimentar em domicílios com crianças na primeira infância.
A pesquisa utilizou dados de 2021 coletados na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD). De acordo com o estudo, 30,7% dos domicílios com crianças nessa faixa etária enfrentam algum tipo de insegurança alimentar, sendo 20,6% em insegurança leve, 5% em moderada e 5,1% em grave. É importante ressaltar que a prevalência é ainda maior em lares com crianças na primeira infância em relação à média geral do DE, que é de 21%.
Além disso, o estudo demonstrou que a insegurança alimentar é mais pronunciada em famílias de baixa renda, com 57% desses domicílios com crianças de 0 a 6 anos pertencentes às classes D e E sofrendo com a questão. Já na classe A, apenas 5% dos lares enfrentam insegurança alimentar para a mesma faixa etária. Esses dados ressaltam a importância de políticas públicas que garantam uma alimentação saudável para essas famílias.
A Organização das Nações Unidas (ONU) possui a meta de acabar com a fome até 2030 e garantir o acesso a alimentos seguros, nutritivos e suficientes para todos, especialmente para os vulneráveis. Nesse sentido, os resultados dessa pesquisa podem ser fundamentais para embasar a criação e implementação de tais políticas no DE.
Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), é essencial diferenciar entre insegurança alimentar e fome. Enquanto a fome é caracterizada pela falta de energia na dieta e pela desnutrição, a insegurança alimentar envolve a incerteza sobre a obtenção de alimentos e a necessidade de reduzir a quantidade ou qualidade da comida consumida. A gravidade desse problema pode variar dependendo do tempo em que as pessoas ficam sem se alimentar.
Dessa forma, é fundamental enfrentar a insegurança alimentar de maneira eficaz, a fim de garantir que todas as famílias, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade, tenham acesso a uma alimentação adequada. A conscientização e a implementação de medidas assertivas são essenciais para combater esse problema social e garantir o bem-estar de toda a população do DE.