Em 13 anos, 1523 pessoas morreram em desastres naturais no RJ, diz estudo
Entre 2010 e 2022, o estado do Rio de Janeiro registrou 752 eventos como o
chuvas intensas, deslizamentos, enchentes e alagamentos
No Rio de Janeiro, 1523 pessoas perderam a vida em desastres naturais como
chuvas intensas, deslizamentos, enchentes e alagamentos, de acordo com o estudo
publicado nesta sexta-feira (18) pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, vinculada ao Sistema Único de Saúde
(SUS).
A estimativa do estudo é de que 49 mil anos de vida foram perdidos ao considerar
a métrica de saúde pública que estima o tempo de vida interrompido por mortes
precoces. Mulheres foram mais impactadas, assim como moradores de cinco
municípios:
* Nova Friburgo (RJ)
* Petrópolis (RJ)
* Teresópolis (RJ)
* Niterói (RJ)
* Rio de Janeiro (RJ)
Cerca de 79,3% das mortes registradas aconteceram nessas cidades — o que aponta
a necessidade de colocar as áreas como prioritárias para ações de prevenção
e resposta, de acordo com os pesquisadores.
Os desastres causaram prejuízos materiais estimados em R$ 12 bilhões para o
estado, de acordo com estudo. A maior parte ocorreu em unidades habitacionais
(R$ 7,7 bilhões) e em obras de infraestrutura urbana (R$ 4 bilhões) — o que
influencia diretamente o cotidiano da população e a prestação de serviços
essenciais como saúde e educação, para os pesquisadores.
“A população vem sentindo impactos de diversas dimensões, reduzindo seu
bem-estar, e principalmente desses grupos”, afirma Roberta Fernanda da Paz de
Souza Paiva, pesquisadora à frente da publicação. De acordo com ela, a
identificação de áreas e grupos mais vulneráveis é fundamental para a formulação
de políticas públicas mais eficazes. A CNN questionou o governo do Rio de
Janeiro e não teve resposta até a publicação dessa matéria.
O estudo foi antecipado à CNN pela Agência Bori.