Última atualização 05/04/2022 | 10:10
O filme goiano “Eu Trouxe Flores” está em alta. Com gravações em Pirenópolis e produção em Anápolis, o curta-metragem de 25 minutos de duração é estrelado por Eduardo Rosário e Ana Isabela Godinho. O ator principal também ocupa o posto de diretor. Ao Diário do Estado, ele falou sobre a proposta e a repercussão que a obra vem tendo no Brasil e no mundo.
Sinopse de “Eu Trouxe Flores”
O enredo de “Eu Trouxe Flores” se passa no período da pandemia da Covid-19 e conta a conturbada história do casal Eliza e Mamedio. Publicamente, formam o casal perfeito, mas dentro de casa, a realidade é outra. Depois de alguns anos de convívio, Eliza se vê numa relação abusiva, sofrendo agressões verbais e psicológicas por parte de Mamedio.
Ela teme que o pior aconteça, mas não consegue colocar um fim na relação. Mamedio perdeu sua mãe para o coronavírus e fez disso um dos motivos para explicar os momentos mais recentes de agressividade. Enclausurados em casa, e sem a necessidade de manter as aparências, os dois terão que decidir como essa trama vai terminar.
Detalhes do curta-metragem
O lançamento do curta ocorreu em setembro de 2021, em salas de cinema de Pirenópolis e Anápolis. A sessão do Cine Pirineus, inclusive, foi o evento que marcou a retomada cultural da cidade de Pirenópolis.
Depois da estreia no interior goiano, “Eu Trouxe Flores” começou a tomar outras proporções. Os responsáveis passaram a inscrever a obra em festivais de cinema. O filme passou pelos Estúdios Pinewood, em Londres, um festival no Rio Grande do Sul, e no site de streaming Cubo Play. Além disso, ficou disponível de forma gratuita no YouTube durante os dias 2 e 3 de abril, e neste período angariou quase mil acessos.
“O cinema goiano é muito rico e plural. Existem bons cineastas e bons filmes produzidos por aqui. Entretanto, precisamos aproximar as pessoas do nosso cinema. Precisamos levar os filmes para perto das pessoas, para que elas sintam que está tudo bem em ir ao cinema ou acessar um site e assistir a um filme que foi produzido por aqui. Precisamos normalizar ver na grande tela ou na TV nossas próprias histórias e forma de viver”, afirma o cineasta Eduardo Rosário ao DE.
Os próximos passos do curta são ousados. Em junho, haverá uma exibição do filme em Atenas, na Grécia. Negociações também estão abertas com os Estados Unidos, para agosto, e com o México, em um evento que pretende discutir o cinema como uma forma de pensar a sociedade.
“Pretendemos levar mais exibições de ‘Eu Trouxe Flores’ às cidades goianas e continuar o importante debate que começamos. Até porque quando um filme que trata de violência contra mulheres ganha relevância, inclusive, internacional, é um sinal de que precisamos mesmo falar desse assunto e fazer com que as pessoas vão para suas casas pensando formas de mudar os índices atuais de violência”, conclui Eduardo.
Projeto subsequente
A equipe de “Eu Trouxe Flores” está prestes a lançar um novo projeto. No mês de maio, o média-metragem “PRÁXIS” terá seu lançamento em salas de cinema ainda não confirmadas. O enredo apresenta uma pessoa, que, depois de muito tempo dedicando-se às atividades do cotidiano, está sob forte efeito de traumas psicológicos que foram sendo formados depois de muitas frustrações e decepções. A pandemia da Covid-19 também é o panorama.