Os EUA lançaram ataques contra os Houthis no Iêmen, que podem durar dias ou semanas. A Rússia pede o fim dos ataques, enquanto os Houthis prometem responder com escalada.
Contexto dos Ataques
Os ataques dos Estados Unidos contra os Houthis no Iêmen ocorreram poucos dias após o grupo rebelde anunciar planos de retomar os ataques a navios israelenses que passam pelos mares Vermelho e Arábico, pelo Estreito de Bab al-Mandab e pelo Golfo de Áden. Essa ação encerra um período de relativa calma iniciado em janeiro com o cessar-fogo em Gaza. Os Houthis lançaram mais de 100 ataques contra navios desde novembro de 2023, afirmando que estavam em solidariedade aos palestinos pela guerra de Israel com o Hamas em Gaza. Durante esse período, o grupo afundou dois navios, apreendeu outro e matou pelo menos quatro marinheiros, interrompendo o transporte marítimo global e forçando empresas a redirecionarem suas rotas para viagens mais longas e caras pelo sul da África.
Reação dos Houthis e Estados Unidos
O gabinete político dos Houthis descreveu os ataques dos EUA como um “crime de guerra” e afirmou que as forças armadas do Iêmen estão “totalmente preparadas para responder à escalada com escalada”. Uma autoridade dos EUA afirmou que a operação militar pode durar dias e talvez semanas. Os ataques americanos, que começaram no sábado, 15 de março de 2025, envolveram navios de guerra e jatos dos EUA, mirando radares, locais de defesa aérea e pontos de lançamento de drones. Vídeos publicados pelo governo dos EUA mostram um navio disparando mísseis e uma explosão em um prédio, além de caças decolando de um porta-aviões para o ataque.
Consequências dos Conflitos
Pelo menos 31 pessoas morreram, de acordo com o Ministério da Saúde administrado pelos Houthis. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a operação militar, afirmando que os Houthis “travaram uma campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo contra a América e navios, aeronaves e drones americanos”. Trump também ameaçou o Irã, dizendo que o apoio do país aos Houthis “deve acabar imediatamente”, e que, se o Irã ameaçar os EUA ou as rotas de navegação pelo mundo, será responsabilizado.
Afiliação dos Houthis e Apoio Internacional
Os Houthis pertencem ao chamado “Eixo de Resistência”, uma rede de organizações simpáticas ao Irã e hostis ao Estado de Israel, que inclui o Hezbollah libanês, o Hamas e o regime sírio deposto de Bashar al Assad. A organização surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.
Posicionamento da Rússia
A Rússia, que é parceira do Irã, pediu que os EUA suspendam imediatamente os ataques. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, conversou com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, para pedir o fim dos ataques e promover um diálogo para evitar mais “derramamento de sangue”.