EUA e Bélgica querem investir na preservação do Cerrado em Goiás

cerrado
Diplomatas a serviço das embaixadas dos Estados Unidos e da Bélgica no Brasil visitaram Goiânia nesta semana com interesse em conhecer e, eventualmente, investir nos programas do Governo de Goiás voltados para preservação do Cerrado. O subsecretário de Licenciamento Ambiental e Recursos Hídricos do Estado, José Bento da Rocha, participou das duas audiências.
O encontro de quarta-feira, 22, com diplomatas norte-americanos foi solicitado pelo conselheiro da Seção de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Saúde, Glenn Fedzer, e a adida do Departamento de Agricultura, Nicole Podesta. Foi conduzida pelo chefe de gabinete de Assuntos Internacionais do Governo de Goiás, Giordano Souza.
Os diplomatas arguiram sobre os esforços do governo no combate a crimes ambientais, iniciativas na área climática, programas de sustentabilidade, código florestal, mudanças no uso da terra e agricultura de baixo carbono que impactam o Cerrado. “Queremos trabalhar com o Estado de Goiás onde for possível colaborar em programas ambientais”, disse Glenn Fedzer. “É importante [para a embaixada] conhecer a realidade de cada estado. Essa reunião foi esclarecedora, pois aprendemos sobre programas de agricultura e a realidade ambiental dos goianos”.
A audiência com os representantes da embaixada belga ocorreu na quinta-feira, 23. O vice-chefe da missão belga, conselheiro François Monroe, manifestou interesse do seu país em colaborar com programas de proteção do bioma. “Foi importante estarmos aqui para entender os desafios locais, e o que nós podemos fazer, não só a Bélgica, mas também a União Europeia, para entender como trazer apoio para o Estado de Goiás”, disse Monroe. Também participou o secretário de Estado de Governo de Goiás, Lucas Vergílio.

Parcerias

Para o subsecretário de Licenciamento Ambiental e Recursos Hídricos da Semad, as duas reuniões abriram portas para parcerias com a comunidade internacional. “É uma oportunidade importante para estreitarmos as relações comerciais e institucionais”, disse Bento. O subsecretário apresentou dados relacionados à conservação do Cerrado e  meio ambiente em geral em Goiás, às políticas ambientais e à disponibilidade de recursos hídricos.
O subsecretário detalhou projetos de financiamento para estimular a preservação da vegetação nativa do Cerrado. “Nós entendemos a necessidade de garantir um rendimento para aquelas pessoas que queiram cuidar da vegetação em pé, sobretudo porque vemos um movimento de haver maior pobreza nos lugares onde se tem a maior cobertura vegetal nativa”, disse Rocha.
Para Giordano Souza, os encontros mostraram que os esforços do Governo em benefício do Cerrado estão a chamar atenção de outros países. “O diálogo aberto para ter mais contato com nossas políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável apresenta várias formas de possíveis projetos, para uma cooperação descentralizada”, acrescentou o chefe de gabinete de Assuntos Internacionais do Governo de Goiás.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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