EUA investiga se Rússia participou de ataques químicos

O Pentágono investiga a possibilidade de a Rússia saber ou ter sido cúmplice do ataque químico na cidade de Khan Sheikhun (Síria), que acabou com a vida de mais de 80 civis, indicou nesta sexta-feira um porta-voz à CNN. As informações são da agência de notícias EFE.

Segundo o porta-voz do Pentágono, os Estados Unidos tentam determinar se um caça russo bombardeou um hospital para onde foram levadas vítimas do ataque químico cinco horas depois desse fato com a intenção de eliminar provas.

Os EUA querem saber se a Rússia sabia do ataque químico antes de ocorrer, devido à coincidência desse ataque no centro hospitalar da província de Idlib.

O Pentágono apresentou hoje uma análise que, na sua opinião, mostra a rota seguida por um avião sírio responsável pelo ataque químico sobre a cidade de Khan Sheikhun que decolou da base aérea de Shayrat, bombardeada na quinta-feira (6) durante a noite por mísseis americanos. Além disso, assegura que o avião estava na zona onde aconteceu o ataque químico na hora do fato.

Tropas russas de uma unidade de helicópteros operavam desde o aeroporto de Shayrat, por isso poderiam saber que a aviação síria do líder Bashar Al Assad tinha planejado este ataque químico.

O Pentágono também quer conhecer a capacidade do programa químico da Síria, que em 2013 se comprometeu a entregar todo seu arsenal químico à Rússia, para que este país o transferisse aos americanos para sua destruição, terminada supostamente em 2014.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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