Os Estados Unidos afirmaram que irão limitar a divulgação de detalhes sobre os ataques realizados no Iêmen. O Exército americano justificou essa decisão como uma forma de “preservar a segurança operacional” das operações em andamento. As Forças Armadas dos EUA comunicaram no domingo (27) que não irão revelar informações detalhadas sobre os ataques militares no Iêmen, destacando que tais ataques tiveram “efeitos letais” sobre os rebeldes houthis.
A intensificação dos ataques americanos ao Iêmen foi ordenada pelo presidente Donald Trump no mês passado, sendo que seu governo ressaltou que os ataques continuarão contra os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, até que cessem os ataques aos navios no Mar Vermelho. Ataques recentes promovidos pelos EUA resultaram em dezenas de mortes, incluindo 74 pessoas em um terminal de petróleo em abril, conforme informado pelo Ministério da Saúde sob controle dos houthis.
Defensores dos direitos humanos manifestaram preocupações acerca dos assassinatos de civis, levando três senadores democratas, incluindo o senador Chris Van Hollen, a escreverem ao chefe do Pentágono, Pete Hegseth, exigindo prestações de contas pelas vidas perdidas. Hegseth também foi criticado por utilizar o sistema de mensagens não confidenciais Signal para discutir planos de ataques ao Iêmen.
O Comando Central dos EUA reiterou que a limitação na divulgação de detalhes operacionais visa preservar a segurança das operações em curso. Os militares americanos salientaram ter atingido mais de 800 alvos desde meados de março, resultando na morte de centenas de combatentes e líderes houthis, além da destruição de instalações do grupo. Os ataques visam, de acordo com o comunicado militar, enfraquecer as capacidades militares e econômicas dos houthis, minimizando os danos colaterais.
Em uma declaração feita na quinta-feira, o governo dos EUA afirmou que uma explosão ocorrida perto de um Patrimônio Mundial da UNESCO em Sanaa foi causada por um míssil dos houthis, e não por um ataque aéreo americano. Os houthis contestaram essa afirmativa, alegando que 12 pessoas foram mortas no incidente e negando a versão dos EUA. Desde novembro de 2023, os houthis têm realizado ataques contra embarcações no Mar Vermelho, alegando que os alvos são navios ligados a Israel em apoio aos palestinos em Gaza.
Os houthis justificam suas ações como solidariedade com os palestinos, enquanto Israel enfrenta acusações de genocídio e crimes de guerra em Gaza. O governo israelense refuta essas acusações. A situação no Iêmen permanece tensa, com ataques recorrentes e ações de ambas as partes do conflito. O controle de informações sobre os ataques militares no país se torna uma estratégia para assegurar a eficácia das operações e manter a segurança das forças envolvidas. A complexidade do cenário geopolítico na região segue sendo acompanhada de perto pela comunidade internacional.