EUA negociam acordos comerciais com mais de 50 países após tarifas de Trump

eua-negociam-acordos-comerciais-com-mais-de-50-paises-apos-tarifas-de-trump

Mais de 50 países buscam acordo comercial com os EUA após tarifas de Trump

Medidas tarifárias geram turbulência nos mercados e impulsionam negociações
internacionais com a Casa Branca, segundo assessores do governo norte-americano

Mais de 50 países entraram em contato com a Casa Branca para iniciar negociações
comerciais, disse um importante assessor econômico do presidente dos EUA, Donald
Trump, no domingo (6), enquanto as autoridades americanas tentavam defender as
novas tarifas que desencadearam uma turbulência global.

Durante uma entrevista no programa “This Week”, na emissora norte-americana ABC
News, o diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Kevin Hassett, negou que
as tarifas fizessem parte de uma estratégia de Trump para derrubar os mercados
financeiros e pressionar o Federal Reserve dos EUA a reduzir as taxas de juros.

Ele disse que não haveria “coerção política” sobre o banco central. Em uma
postagem no Truth Social, na sexta-feira (4), Trump compartilhou um vídeo que
sugeria que suas tarifas tinham o objetivo de derrubar o mercado de ações de
propósito, em uma tentativa de forçar a redução das taxas de juros.

Em uma entrevista separada, no programa Meet the Press, no canal estadunindense
NBC News, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, minimizou a queda do
mercado de ações e disse que não havia “nenhuma razão” para prever uma recessão
com base nas tarifas.

Trump abalou as economias de todo o mundo depois de anunciar amplas tarifas
sobre as importações dos EUA, na quarta-feira (2), desencadeando taxas
retaliatórias da China e provocando temores de uma guerra comercial global e
recessão econômica.

Nos programas de entrevistas da manhã de domingo, as principais autoridades de
Trump procuraram retratar as tarifas como um reposicionamento inteligente dos
EUA na ordem comercial global, e as interrupções econômicas como uma
consequência de curto prazo.

As ações dos EUA caíram cerca de 10% nos dois dias desde que Trump anunciou um
novo regime tarifário global.

Essa queda foi atribuída por analistas de mercado e grandes investidores ao
impulso agressivo de Trump em relação às tarifas, que a maioria dos economistas
e o chefe do Federal Reserve dos EUA acreditam poder estimular a inflação e
prejudicar o crescimento econômico.

Os mercados, atordoados pelas tarifas, enfrentam mais uma semana de possível
turbulência tarifária, com as consequências das amplas taxas de importação de
Trump mantendo os investidores nervosos após a pior semana para as ações dos EUA
desde o início da crise da COVID-19, há cinco anos.

Hassett disse ao programa “This Week”, da ABC News, que as tarifas de Trump
levaram, até agora, “mais de 50” países a entrar em contato com a Casa Branca
para iniciar negociações comerciais.

No domingo (6), o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, ofereceu tarifas zero como
base para as negociações com os EUA, comprometendo-se a remover as barreiras
comerciais, em vez de impor medidas recíprocas, e dizendo que as empresas
taiwanesas aumentarão seus investimentos nos EUA.

Ao contrário de outros economistas, Hassett disse que não esperava um grande
impacto sobre os consumidores, pois os exportadores provavelmente reduziriam os
preços.

Bessent disse à NBC News que não previa uma recessão com base nas tarifas,
citando um crescimento de empregos nos EUA mais forte do que o previsto.

“Pudemos ver, pelo número de empregos na sexta-feira, que ficou bem acima das
expectativas, que estamos avançando; portanto, não vejo razão para prever uma
recessão”, disse Bessent.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp