Ex-advogado da família Bolsonaro e advogados de Lula e Witzel são alvos da PF

Nesta quarta-feira, 09, a Polícia Federal (PF) cumpre 51 mandados de busca e apreensão de uma nova fase da Operação Lava Jato, em endereços localizados no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Alagoas, Ceará e Pernambuco. Entre os alvos estão o advogado Cristiano Zanin, do ex-presidente Lula; a advogada Ana Tereza Basílio, do governador afastado do RJ, Wilson Witzel; e Frederick Wassef, advogado que representou a família Bolsonaro.

Os três são suspeitos de participar de um esquema que desviou R$ 355 milhões, entre 2012 e 2018, do Sesc-RJ, do Senac-RJ e da Fecomércio-RJ. Ao todo, 170 policiais federais, divididos em 44 equipes, estão nas ruas. Os mandados judiciais foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

De acordo com o MPF, a Operação E$quema S apura que dos R$ 355 milhões gastos a pretexto de advocacia, por serviços supostamente prestados à Fecomércio-RJ, ao menos R$ 151 milhões foram desviados em esquema liderado por Orlando Diniz, Marcelo Almeida, Roberto Teixeira, Cristiano Zanin, Fernando Hargreaves, Vladimir Spíndola, Ana Tereza Basílio, José Roberto Sampaio, Eduardo Martins, Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo. Os 11 foram denunciados por organização criminosa.

A operação, realizada nesta manhã, é feita em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal. Os suspeitos vão responder por tráfico de influência, exploração de prestígio, peculato, estelionato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, segundo informações da PF.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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