O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Allan Turnowski, deixou a prisão após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ele estava detido na Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, desde o dia 6 de maio, após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) restabelecer a sua prisão. A decisão do TJRJ definiu três medidas cautelares para Turnowski, incluindo a proibição de acessar repartições da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública, de manter contato com os demais denunciados e de deixar o país entregando seu passaporte ao juízo de origem.
Em setembro de 2022, o delegado Allan Turnowski foi preso por agentes do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. As investigações apontaram que ele atuava como agente duplo em favor de contraventores, sendo posteriormente liberado por decisão do ministro Kassio Nunes Marques. Turnowski já ocupou o cargo de chefe de Polícia em 2010 e 2011, durante o governo de Sérgio Cabral, e deixou o cargo durante uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto vazamento da Operação Guilhotina.
Após reassumir o cargo em 2020, durante a gestão de Cláudio Castro, Allan Turnowski foi condenado por obstrução de justiça. Ele foi indicado ao cargo após articulação do delegado Maurício Demétrio, também envolvido em investigações de corrupção na área de segurança pública. Além disso, houve registros de diálogos comprometedores entre Turnowski e Demétrio, indicando favorecimento político e acessos irregulares. Durante sua gestão como secretário, ocorreu a chacina do Jacarezinho, em maio de 2021, resultando na morte de 27 pessoas.
Allan Turnowski deixou o cargo de secretário da Polícia Civil para concorrer a deputado federal, mas não foi eleito. Ele foi preso em desdobramentos de investigações que também envolviam Maurício Demétrio, acusado de corrupção e aparelhamento político na segurança pública do Rio de Janeiro. As investigações apontaram que ambos atuaram em benefício de contraventores, como Rogério de Andrade e Fernando Iggnácio. Além disso, Turnowski teve relação com o sargento reformado da PM Ronnie Lessa, acusado de assassinato da vereadora Marielle Franco.
A prisão e a soltura de Allan Turnowski estão relacionadas a casos de corrupção, obstrução da justiça e ligação com contraventores. Sua trajetória na Polícia Civil do Rio de Janeiro foi marcada por polêmicas e acusações, resultando em prisões e investigações. A soltura do delegado após decisão judicial reacende debates sobre a impunidade e a transparência na segurança pública do Estado. A relação de Turnowski com figuras polêmicas e envolvidas em crimes graves levanta questões sobre a integridade e a ética na atuação policial.