Ex-comandante da FAB revela pressão de Bolsonaro por adiar relatório sobre lisura das urnas

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DE sabia que não havia fraude e pressionou para adiar relatório sobre
lisura das urnas, diz ex-comandante da FAB

Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica — Foto:
Isac Nóbrega/PR

O ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior afirmou nesta
quarta-feira (21) que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia que não havia fraudes
no processo eleitoral e pressionou pelo adiamento de um relatório que atestava a
lisura das urnas eletrônicas.

O brigadeiro deu as declarações durante depoimento à Primeira Turma na ação que
apura uma tentativa de golpe articulada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e
aliados.

Baptista Júnior é ouvido na condição de testemunha de acusação da
Procuradoria-Geral da República (PGR) e de defesa dos réus Jair Bolsonaro, do
ex-comandante da Marinha Almir Garnier dos Santos, e do ex-ministro da Defesa
Paulo Sérgio Nogueira.

PRIMEIROS DEPOIMENTOS

As testemunhas de acusação da ação penal que mira a cúpula do governo Bolsonaro
começaram a ser ouvidas na segunda-feira (19), com os depoimentos de:

* Éder Lindsay Magalhães Balbino, dono de uma empresa que teria auxiliado na
produção de um material com suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas;
* Clebson Ferreira de Paula Vieira, servidor que teria elaborado planilhas que
supostamente foram utilizadas por Anderson Torres para mapear a movimentação
de eleitores no segundo turno das eleições de 2022;
* Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária
Federal, que teria atuado para dificultar o deslocamento de eleitores nas
eleições de 2022; Marco
* Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército;

DENÚNCIA

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao STF uma denúncia, em 26 de
março, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por golpe de
Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização
criminosa.

De acordo com a PGR, a organização tinha como líderes o então presidente da
República Jair Bolsonaro e seu então candidato a vice-presidente, Braga Netto.

Segundo a denúncia, aliados a outras pessoas, entre civis e militares, eles
tentaram impedir de forma coordenada que o resultado das eleições presidenciais
de 2022 fosse cumprido. Os acusados foram divididos em núcleos pela PGR.

DE e Mauro Cid integram o chamado núcleo crucial do golpe. Além deles,
também integram o grupo:

* Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
* Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
* Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
* Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
* Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
* Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de DE.

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