Ex-Comandante do Exército revela decisão conjunta de não prender envolvidos em ato golpista em depoimento judicial

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O ex-comandante do Exército relatou que a decisão de não prender os envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro foi tomada em conjunto com ministros do governo. Júlio César de Arruda prestou depoimento como testemunha de defesa de Mauro Cid, sendo questionado sobre o descumprimento de uma ordem judicial que determinava a prisão imediata dos acampados.

Durante seu depoimento, Arruda afirmou que dividiu a responsabilidade com integrantes do governo de Lula, visando evitar confrontos e acalmar a situação na região do acampamento em Brasília. O general destacou que agiu de forma coordenada com o então ministro da Justiça Flávio Dino, o ministro da Casa Civil Rui Costa e o ministro da Defesa José Múcio, com o objetivo de evitar possíveis conflitos.

Ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, sobre ter impedido o cumprimento da ordem de prisão, Arruda respondeu que sua prioridade era manter a calma e evitar situações mais tensas. Ele relatou que a ação da polícia em cumprir a ordem judicial só foi realizada na manhã seguinte, seguindo uma estratégia coordenada.

Durante o depoimento, o general evitou responder questões mais controversas e afirmou não lembrar detalhes específicos. Ele também mencionou que não cabe a ele comentar sobre os motivos de sua demissão no início do governo Lula. Sobre a transição entre os governos de Bolsonaro e Lula no Exército, Arruda afirmou que ocorreu normalmente, sem maiores intercorrências.

Questionado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre a suposta negação de entrada da polícia no acampamento, Arruda afirmou que não impediu a ação policial e que buscou coordenar as ações durante o ocorrido. Ele mencionou ter entrado em contato com autoridades locais para evitar conflitos e garantir uma abordagem assertiva diante da situação delicada.

A assessoria do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos ministros do governo optaram por não se manifestar sobre o caso. Arruda reiterou que sua atuação visava manter a ordem e evitar possíveis confrontos, garantindo a segurança de todos os envolvidos. A coordenação entre os órgãos governamentais e militares foi crucial para conter a situação e prevenir possíveis conflitos durante os eventos.

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