Ex-ginasta tetraplégica, Lais Souza, revela que sofreu abusos de cuidadores

A ex-ginasta brasileira Lais Souza, de 34 anos, relatou ter sofrido abusos de cuidadores desde que ficou tetraplégica. A revelação foi feita na segunda-feira, 28, em entrevista ao “Café com Mussi”, apresentado pelo ex-BBB Rodrigo Mussi.

Lais ficou tetraplégica em 2013, quando começou a competir no esqui estilo livre e, enquanto treinava para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, sofreu um acidente, torcendo a coluna cervical.

Entretanto, segundo Lais, ela não foi abusada somente após o acidente. “Já fui abusada antes, quando tinha quatro anos, e depois do acidente, que foi quando realmente eu fiquei super vulnerável. Foram abusos inesperados. Eu estava totalmente vulnerável: deitada, dormindo. Não estava nem vendo o que estava rolando. E não tenho sensibilidade em 100% do corpo”, disse.

Na entrevista, Lais ainda afirmou que temeu pela vida, apesar de não haver ameaças. “Simplesmente denunciei. Em alguns casos, me deu medo. Fiquei com medo de a pessoa vir atrás e me matar. Não houve ameaça, só medo e insegurança mesmo. A maioria dos abusos foi quando eu estava quase dormindo. Já aconteceu tanto com homem quanto com mulher. Com homem gay, mulher gay… é uma parada estranha, mas a gente tem que se educar e ver mais essas coisas”, afirmou.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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