Ex-governador José Eliton é alvo de operação da Deccor

O ex-governador de Goiás, José Eliton (PSDB), que substituiu Marconi Perillo em 2018, foi alvo de busca e apreensão em sua residência na manhã desta terça-feira (15), durante a Operação Terra Fraca, deflagrada pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor). O celular do político e um pen-drive teriam sido apreendidos pelos policiais.

A investigação apura o envolvimento de empresas privadas, servidores da antiga Agetop e também o núcleo político e financeiro que gerenciavam os contratos da empresa fornecendo pagamentos e operacionalização de lavagem de dinheiro durante o antigo governo.

Foram cumpridos 12 mandados de busca. Sete pessoas físicas e sete jurídicas foram investigadas e os mandados foram cumpridos contra dez alvos em Goiás e dois no Tocantins.

José Eliton, que foi vice de Marconi Perillo, governou o Estado durante abril e dezembro de 2018. O fim do governo de Marconi foi marcado por um grande déficit nas contas públicas do Estado, que somavam, segundo o Tribunal de Contas do Estado de Goiás, cerca de R$ 7 bilhões no final de 2018.

 

Nota do ex-governador José Eliton

 

Em relação a Operação “Terra Fraca”, deflagrada ontem pela Polícia Civil do Estado de
Goiás, o ex-governador José Eliton tem a esclarecer os seguintes fatos, depois de ter
acesso ao conteúdo do inquérito policial e da decisão da Justiça do Estado de Goiás:
Ao analisar as 895 páginas do inquérito, o ex-governador enfatiza que o seu nome não
é citado UMA ÚNICA VEZ SEQUER. Não há qualquer referência à sua pessoa, direta ou
indiretamente, em todo o material que baseia a operação policial. Razão pela qual, por
si só, já causa estranheza e indignação, principalmente com a apreensão de dois
celulares e de um computador em sua residência em Goiânia.
O ex-governador destaca ainda que a autoridade policial do Estado, ao requerer a
cautelar de busca e apreensão, faz referência unicamente a Operação Decantação 2, de
2019, em que José Eliton foi ouvido como DECLARANTE (não como investigado) pela
Polícia Federal. Naquela oportunidade, o ex-governador prestou todos os
esclarecimentos às autoridades, inclusive com entrega de vasta documentação.
Todos os seus objetos apreendidos na época, foram amplamente analisados e periciados
pela PF, que não encontrou nenhuma irregularidade ou ilicitude, fato este comprovado
em próprio laudo da instituição, os devolvendo logo em seguida ao proprietário.
Estranhamente, esses relevantes fatos (esclarecimentos à PF, com entrega de ampla
documentação, e perícia nos celulares e computadores) não foram referenciados pela
Polícia Civil de Goiás ao juiz que assinou a cautelar de busca e apreensão. Isto pode ter
induzido o magistrado ao erro na sua decisão.
É sabido que José Eliton exerce papel relevante e público como oposição ao atual
Governo do Estado, tendo inclusive concedido entrevistas nesse sentido para vários
veículos de comunicação.
Embora lamente que os direitos fundamentais no Brasil têm sido violados
sistematicamente, o ex-governador enfatiza que embora profundamente indignado,
está absolutamente tranquilo. Não há imputação em relação à sua conduta ou sobre
qualquer fato que tenha feito ou deixado de fazer, como fica evidente no próprio
inquérito da operação desta semana como destacado anteriormente. Enfatiza ainda a
sua plena confiança na Justiça de Goiás e informa que vai tomar todas medidas judiciais
para garantia de seus direitos.
Por fim, José Eliton informa que continuará com o seu trabalho, em total respeito aos
valores constitucionais, na defesa das liberdades, com críticas e ponderações que
entender pertinentes sempre com o objetivo de colaborar com o debate democrático
na luta por um futuro melhor e mais justo para todos os goianos e todos os brasileiros.

José Eliton
Ex-governador de Goiás
16/06/2021

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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