Destino de Geovane: Ex-jogador do Ceará desiste da Ucrânia após confrontos e clima frio provocado pelos ataques: “Vivo um ambiente de luto”

O volante brasileiro Geovane e sua família viram a mudança para a Ucrânia como uma oportunidade, mas logo se depararam com diversas dificuldades inesperadas. Inicialmente encantados com a tranquilidade da cidade de Kamianets-Podilskyi, afastada da capital Kiev, eles logo se viram diante da realidade dos conflitos e desistiram do país.

Geovane, conhecido por suas passagens de destaque pelo Ceará e pelo Portimonense em Portugal, chegou ao clube ucraniano Epitsentr em setembro de 2025. No entanto, após apenas três meses, a guerra e as condições precárias levaram o jogador a buscar a dissolução do contrato e retornar ao Brasil em busca de um novo clube.

Os relatos do jogador sobre a rotina na Ucrânia são chocantes. Em Kamianets, apesar de não sofrerem ataques russos, a presença constante da morte em forma de corredores de honra para soldados falecidos e ex-combatentes mutilados pelas ruas gerou um ambiente de constante luto. A cidade se unia em momentos de silêncio, mas a presença de militares feridos nos jogos de futebol marcava a todos.

O maior susto veio durante uma viagem a Kiev para enfrentar o Polissya. Geovane e seus colegas espanhóis foram surpreendidos por bombardeios durante a madrugada, o que os deixou sem sono e aflitos. A naturalização da situação pelos ucranianos e a falta de empatia diante do medo revelaram a dura realidade vivida no país.

Além dos ataques constantes, o clima de guerra trouxe um novo desafio: o frio intenso causado pelo racionamento de energia provocado pelos ataques às usinas ucranianas. Com temperaturas congelantes e impossibilidade de usar aquecedores, a adaptação tornou-se praticamente impossível para o jogador e sua família.

Diante de todas essas dificuldades, Geovane e sua esposa tomaram a decisão de abandonar a Ucrânia e buscar um caminho de volta ao Brasil. Apesar do valor financeiro e da visibilidade oferecidos pelo campeonato ucraniano, a saúde e o bem-estar da família pesaram mais na decisão de deixar o clube e o país atormentado pela guerra. A escolha de preservar a família foi o norte para a busca de um novo rumo na carreira do jogador.