Ex-miss brasileira tem visto cancelado nos EUA ao tentar entrar: ‘Tratada como bandida’

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Ex-miss brasileira relata detenção e visto cancelado ao tentar entrar nos EUA:
‘Tratada como bandida’

Francielly Ouriques diz que imigração alegou ter identificado “indícios de que
queria morar no país e abrir uma empresa lá”. Advogada especialista em imigração
Talitha Krenk diz que abordagem é um procedimento padrão.

A modelo e influenciadora brasileira Francielly Ouriques relatou que foi detida
e teve o visto de turista cancelado ao tentar entrar nos Estados Unidos, a
caminho do festival Coachella. A imigração alega ter identificado “indícios de
que queria morar no país e abrir uma empresa lá”. O caso aconteceu em 10 de
abril, durante uma conexão no aeroporto de Chicago.

Segundo a ex-miss, ela teve o celular revistado por agentes da Alfândega
norte-americana e conversas antigas com o ex-namorado levantaram suspeitas de
que ela poderia querer se estabelecer no país (veja mais abaixo).

Natural de São José, na Grande Florianópolis, ela publicou o relato nas redes sociais em duas partes,
que somam 274,6 mil visualizações nesta terça-feira (15).

Ela disse que ficou presa em uma sala no aeroporto das 7h às 21h sem comunicação
com outras pessoas. “Tratada como uma bandida mesmo”.

A advogada especialista em imigração Talitha Krenk explicou que a abordagem é um
procedimento padrão, e que o visto por si só não garante a entrada no país.
Disse, também, que policiais de fronteira têm autoridade para analisar o
conteúdo dos celulares de viajantes (veja mais abaixo).

O DE tentou contato com o Itamary e com
a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, mas não teve retorno até a última
atualização da reportagem.

A ex-miss Brasil Empresarial, Asia Pacific International e Panamerican
International já esteve no país outras vezes, mas analisou que a abordagem foi
diferente desta vez. Ela relatou que o caso aconteceu ao pousar em Chicago, onde
faria uma conexão para a Califórnia.

As malas foram revistadas, e um remédio controlado para dor, que não poderia ser
transportado sem receita médica, foi localizado. “Ele me falou que esse remédio
era ilegal eu transportar. Eu não sabia, se eu soubesse jamais estaria dentro da
minha bolsa”, disse no vídeo.

O celular dela também foi revistado. Ela conta que, nele, os agentes constataram
conversas dela com o ex-namorado, no ano passado, sobre a possibilidade de
montar uma empresa no país norte-americano.

Ela precisou assinar um documento onde retira o pedido de entrada no país.
Segundo o registro, no qual o DE teve
acesso, ela não pôde permanecer porque demonstrou “intenção de trabalhar nos
EUA”.

Krenk, que vive nos Estados Unidos, explica que o visto americano não é garantia
de entrada no país. A palavra final é do agente da Alfândega e Proteção de
Fronteiras dos EUA.

“Quando você entrega o seu visto ao agente, você está pedindo para entrar no
país. E ele é quem decide, ele protege as nossas fronteiras”.

No relato divulgado nas redes sociais, a modelo também disse que levava a mala
de um amigo.

“No caso dela, ela é jovem e bonita. Não sei se estava viajando sozinha. Mas
mulheres com este perfil levantam desconfiança porque podem estar envolvidas com
tráfico de drogas ou prostituição, o que é um crime na maioria dos estados
americanos. Ela ainda estava carregando uma mala de um amigo, somado ao
transporte de medicamento controlado e a pesquisa sobre green card e empresas no
celular”, contextualizou.

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