Ex-porta-voz da PM vira réu por invasão em prédio no Flamengo: ação “desastrosa” para suposta caça ao traficante Peixão

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Ex-porta-voz da Polícia Militar é réu por invasão a prédio no Flamengo em ação “desastrosa” para suposta caça ao traficante Peixão

A operação era para prender um bandido que supostamente estaria no edifício. Em janeiro, Blaz alegou que o intuito era prender o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, depois de uma denúncia anônima.

O tenente coronel Ivan Blaz, ex-porta-voz da Polícia Militar, virou réu na ação que investigava uma operação comandada por ele no início do ano em um prédio da Avenida Rui Barbosa, no Flamengo, Zona Sul do Rio. Na época, ele foi exonerado do cargo de comandante do 2º BPM (Botafogo).

Vídeos mostram que ele e outra policial à paisana renderam o porteiro e o colocaram com o rosto contra o chão. Novas imagens obtidas pelo RJ2 mostram que a operação contou com pelo menos cinco policiais dentro do prédio. Eles estavam armados com fuzis e pistolas.

O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública denunciou o tenente-coronel pelos crimes de invasão de domicílio e constrangimento ilegal. A investigação sobre a ação durou menos de cinco meses.

“É claro que a autoridade policial, comandante do batalhão, quando recebe uma informação tem autonomia para colher informações, tentar obter elementos para verificar se aquela notícia é verdadeira ou não”, afirma o promotor Paulo Roberto Mello Cunha Júnior.

“O problema foi que não havia elementos suficientes para justificar essa atitude e o que começou como operação, que poderia ser legal, acabou descambando para a prática de crime, a entrada indevida no prédio, utilizar as pessoas que estavam lá para acompanhar as diligências. Nada disso se justifica diante daquilo que foi apurado no local, que foi nada”, emenda ele.

A denúncia foi aceita pela Auditoria da Justiça Militar e Ivaz Blaz já é réu. Procurado, o tenente-coronel disse que não foi intimado ou citado e que não conhece o teor da denúncia. A PM disse que a corporação não foi oficialmente notificada.

“Não deixa de ser uma ação desastrosa, houve, vamos dizer, uma imperícia na condução de uma operação que deveria ser de inteligência e acabou se tornando uma catástrofe pública no ponto de vista da qualidade da operação”, afirma o promotor.

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