Ex-presidente da Bolívia chega ao México ainda hoje

O avião da Força Aérea Mexicana, que leva o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, chegará na manhã de hoje (12) na Cidade do México. Morales renunciou no último domingo, após pressão das Forças Armadas e policiais. Ele aceitou asilo político no México e afirmou no Twitter que voltará “com mais força e energia”.

De acordo com a imprensa mexicana, o voo de Evo, que fez uma primeira escala em Assunção, no Paraguai, para abastecimento, decolou rumo ao México por volta das 2h da manhã. Estima-se que a viagem dure entre 7 e 8 horas.

“Irmãs e irmãos, parto para o México agradecido pelo apoio do governo deste povo irmão que nos deu asilo para cuidar de nossas vidas. Dói sair do país por razões políticas, mas sempre estarei pendente. Em breve, voltarei com mais força e energia”, afirmou Morales, antes de embarcar na aeronave que o leva até o México.

O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, informou ontem, em um comunicado, que o asilo foi concedido a Evo Morales por razões humanitárias e em virtude da situação de violência que vive a Bolívia, onde sua vida e integridade estariam em risco. “Há alguns instantes recebi um telefonema do presidente Evo Morales, no qual ele aceitou o nosso convite e solicitou formalmente asilo político”, afirmou Ebrard.

Ebrard explicou que a vida do ex-presidente boliviano corre perigo e que a Organização das Nações Unidas (ONU) será comunicada para que proporcione a devida proteção internacional.

“A concessão de asilo é um direito soberano do Estado mexicano, de acordo com seus princípios normativos em política externa para a proteção dos direitos humanos, o respeito à autodeterminação dos povos e à resolução pacífica de controvérsias e a não intervenção”, diz o comunicado do governo mexicano.

Agência Brasil

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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