Ex-secretário de Saúde de Pires do Rio pagará multa de R$ 50 mil por furar fila da vacinação

Nesta quinta-feira, 28, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e o ex-secretário de Saúde de Pires do Rio, Assis Silva Filho entraram em acordo de não persecução penal (ANPP). O ex-gestor confessou o crime, devido a sua exigência por sua vacinação e de outras duas pessoas que não faziam parte dos grupos prioritários determinada nos Planos Estadual e Nacional de Imunização contra a Covid-19. Ele se compromete em pagar a multa de R$50 mil em três vezes. O valor será destinado a ações do município no combate à pandemia.

Assis Filho também deverá realizar serviços à comunidade no Hospital Municipal de Pires do Rio, durante 100 horas, divididas em cinco meses.

O promotor de Justiça Marcelo Borges do Amaral, que articulou a celebração do ANPP, explica que: “O acordo celebrado permite a aplicação de uma punição ao ex-secretário em razão do crime praticado, evitando que o caso se arraste por longos anos na Justiça. Ao mesmo tempo, a população de Pires do Rio será diretamente beneficiada, pois o dinheiro da multa será aplicado na prevenção e no tratamento da Covid-19. Além de trabalhar por 100 horas no hospital municipal. Desta forma o Ministério Público encerra o caso. Mas reforça que seguirá vigilante no controle da fiscalização e punição de desvios envolvendo a vacinação da Covid-19”.

Ainda de acordo com o promotor, apenas depois da comprovação do cumprimento de todas as condições definidas no acordo que o procedimento investigatório é arquivado. O crime de concussão, previsto no artigo 316 do Código Penal, prevê pena que varia de 2 a 12 anos de prisão. A conduta é quando o acusado “exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida”, neste caso, a vacinação de forma prioritária. 

O MP apurou na investigação que o ex-secretário determinou a imunização da esposa, além de se vacinar e beneficiar um terceiro fora do grupo prioritário. As informações foram coletadas por meio de depoimentos de testemunhas no início da semana, todas elas trabalham na saúde e estavam encarregadas da vacinação. Com isso, a 1ª Promotoria finalizou a investigação criminal que atribuiu a Assis Silva Filho a prática do crime de concussão.

O ex-secretário pediu exoneração do cargo de secretário no último fim de semana, depois da repercussão devido a vacinação da esposa fora da fila de prioridades. Na sexta-feira, 22, ele foi afastado do cargo por 60 dias pelo juiz José dos Reis Pinheiro Lemes, que concedeu medida cautelar criminal pedida pelo MP.

Confira o vídeo:

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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