O ex-subsecretário Moysés Henrique Marques foi preso em uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) sob suspeita de produzir e disseminar um dossiê falso contra autoridades. Marques, que ocupava o cargo de subsecretário adjunto de Gestão Operacional da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, é apontado como responsável pelos crimes de injúria, difamação e obstrução de justiça. Celulares e computadores foram apreendidos pelos agentes durante a operação.
As investigações apontam que Moysés Marques teria fabricado documentos falsos com o intuito de atacar autoridades ligadas ao governo estadual, incluindo parlamentares da Alerj e membros do Judiciário. A Polícia Civil afirma que o dossiê foi produzido para servir aos interesses de um grupo ligado à exploração de cantinas em presídios, atividade que foi encerrada pela Seap em 2024. O ex-subsecretário teria tentado criar atrito entre autoridades do legislativo e do executivo fluminense ao acusar o governo de realizar escutas ilegais.
Moysés Marques ocupou o cargo de subsecretário adjunto da Seap entre 2020 e 2021, durante as gestões do ex-governador Wilson Witzel e do atual governador Cláudio Castro. Ele já havia sido alvo da Operação Hiperfagia, realizada pelo Ministério Público do Rio, que investigou um esquema de fraude em licitações e superfaturamento no fornecimento de alimentação para o sistema prisional, causando prejuízo estimado em R$ 350 milhões. A Seap informou que o servidor responde a 1 Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e a 2 sindicâncias, sendo a mais recente por coagir colegas a coletar documentos internos para sustentar denúncias contra rivais.
Em nota, a secretaria repudiou qualquer tentativa de desestabilização institucional ou manipulação de informações com fins pessoais. A polícia iniciou a apuração após rastrear fragmentos de mensagens apagadas em um celular corporativo utilizado por Moysés. A investigação aponta que o ex-subsecretário teria agido em benefício de um grupo interessado na exploração de cantinas em presídios, o que motivou a produção do dossiê falso contra autoridades. O ex-subsecretário está sob custódia e o g1 busca contato com a defesa de Moysés para obter mais informações sobre o caso.
