Condenado por antissemitismo, ex-vereador Adilson Amadeu volta à Câmara de SP temporariamente
Suplente assume vaga durante licença de vereadora Pastora Sandra Alves (União Brasil). No período, acontecerão votações decisivas, como orçamento de 2026 e escolha da Mesa Diretora.
O vereador Adilson Amadeu, do União Brasil, durante discurso na Câmara Municipal de São Paulo. — Foto: Afonso Braga/Rede Câmara
O ex-vereador Adilson Amadeu (União Brasil), condenado duas vezes por antissemitismo, voltou à Câmara Municipal de São Paulo para ocupar o mandato por ao menos 30 dias. Ele assume a vaga deixada pela vereadora Pastora Sandra Alves (União Brasil), que pediu licença até 15 de dezembro por “interesses particulares”.
Sem se reeleger nas eleições municipais de 2024 — quando obteve votos suficientes apenas para ser suplente —, Amadeu havia sido nomeado em outubro para atuar na Secretaria Especial de Relações Institucionais, cargo de confiança na gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Ele foi exonerado menos de um mês depois para reassumir a cadeira no Legislativo. A decisão saiu no Diário Oficial desta segunda-feira (17).
Nas redes sociais, Amadeu comemorou o retorno. Ele escreveu que seguirá “honrando o compromisso de muito trabalho em defesa de todos os cidadãos paulistanos”.
> “Estou de volta à Câmara como vereador eleito democraticamente pelo povo. Por um período determinado (provavelmente até o recesso), assumo novamente uma cadeira no Parlamento. E durante esse tempo, teremos uma série de votações importantes para nossa cidade.”
A nomeação dele para um cargo na prefeitura havia provocado forte reação de entidades da comunidade judaica, já que o ex-parlamentar possui duas condenações por antissemitismo.
Antissemitismo é o preconceito contra judeus, quando alguém os trata mal ou espalha ideias falsas por causa da religião ou origem. É uma forma de discriminação que pode gerar violência.
Amadeu foi indicado ao cargo na prefeitura pelo secretário Alexandre Leite, deputado federal licenciado do União Brasil e filho do vereador Milton Leite, ex-presidente da Câmara. Este grupo político que trabalha para eleger Silvão Leite como presidente da Câmara em 2026.
A volta de Amadeu ocorre em um momento considerado estratégico no Legislativo paulistano. Durante o período em que ele estará na Casa, os vereadores devem votar o orçamento de 2026 e decidir a composição da Mesa Diretora, duas das decisões mais importantes do ano. O orçamento define como São Paulo vai distribuir o dinheiro público no próximo ano, e a Mesa Diretora é responsável pela administração da Casa.
Segundo o Diário Oficial, a vereadora Pastora Sandra Alves ficará afastada até 15 de dezembro, quando se completam os 31 dias de licença. A prefeitura não informou por quanto tempo Amadeu permanecerá na vaga.
Questionado pelo DE sobre as razões para o afastamento, o gabinete da vereadora apenas informou que são “interesses particulares”.




