O ex-vereador Gabriel Monteiro deixou a prisão no final da noite desta sexta-feira (21), após 2 anos e 4 meses detido no Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, mais conhecido como Bangu 8, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A decisão veio do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), por meio da 34ª Vara Criminal. Ele estava preso desde novembro de 2022, acusado de estuprar uma estudante de 23 anos.
O TJRJ acatou a decisão da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, por unanimidade, aceitou o recurso para a substituição da prisão preventiva de Gabriel por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com a vítima. O ministro Og Fernandes criticou o longo período de prisão do ex-político, afirmando que não era adequado mantê-lo detido por tanto tempo.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio (Seap) informou que recebeu o alvará de soltura de Gabriel Monteiro e está seguindo os procedimentos necessários para a sua liberação. O caso que resultou na prisão do ex-vereador teria ocorrido em julho de 2022, após denúncias anteriores de estupro e outras acusações contra ele.
Ex-vereador Gabriel Monteiro é conhecido por ter sido o terceiro vereador mais votado do Rio de Janeiro em 2020, pelo Partido Social Democrático (PSD), com 60.326 votos. No entanto, seu mandato foi cassado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro em agosto do mesmo ano, por quebra de decoro parlamentar. As denúncias envolvendo Monteiro incluíam assédio moral e sexual, forjamento de vídeos na internet, e estupro de vulnerável.
Antes de sua carreira política, Gabriel Monteiro foi policial militar no Rio de Janeiro. Ele enfrentou um processo de deserção na PM por faltar ao trabalho, mas conseguiu reverter a decisão na Justiça alegando licença médica. Após ser eleito vereador, renunciou à PM por não possuir tempo de serviço suficiente para uma licença de quatro anos, encerrando assim sua carreira na polícia.
O ex-político também foi alvo de uma operação após o vazamento de imagens íntimas de um menor, e segundo depoimentos de ex-assessores, realizava orgias em sua casa com menores de idade. As denúncias contra Gabriel Monteiro foram tema de uma reportagem no Fantástico, destacando casos de assédio moral e sexual. Sua prisão e posterior liberação geraram polêmica e discussões sobre o tempo de detenção em processos judiciais.
Com a sua libertação, Gabriel Monteiro volta à sociedade após um período conturbado de acusações e processos judiciais. O ex-vereador terá que cumprir as medidas cautelares determinadas pelo STJ, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com a vítima do caso que resultou em sua prisão. Agora, caberá à Justiça dar continuidade ao processo e julgar os fatos envolvendo o ex-político.