Exclusivo: documento mostra que mudança no projeto provocou a queda do reservatório em Senador Canedo

Exclusivo: documento mostra que mudança no projeto provocou a queda do reservatório em Senador Canedo

O projeto original de construção e instalação do reservatório de água em Senador Canedo foi modificado comprometendo a finalidade da instalação que para funcionar em segurança necessitaria de uma Válvula de Controle de água entre a parte superior e inferior da caixa d´água Tipo Taça Canela Cheia.

A queda do reservatório na manhã de quinta-feira pode ter ocorrido porque os 600 mil litros de água estavam apenas na parte superior da caixa. Com a queda, quatro casas foram atingidas, sendo que uma ficou completamente destruída, causando lesões graves no jovem Yuri Louredo Guiliani, 18 anos, internado em estado grave, mas estável, no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).

O engenheiro civil Alcides Neto Sebastião Pimenta, responsável pelo projeto e acompanhamento da obra da estrutura de concreto armado e do tanque ou reservatório em aço para a Agência Municipal de Saneamento de Senador Canedo, localizado na Avenida Presidente Roosevelt, no Setor Monte Azul, com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) emitida pelo CREA-GO número 1020170025642, anotou no documento comprovante de baixa de contrato que a obra havia sido concluída, mas que o projeto foi alterado, motivo pelo qual ele não seria mais o responsável caso algo acontecesse.

No documento assinado por ele, consta a informação de que ele era o responsável em contratar o pessoal para a execução da obra, mas que a coordenação ficava a cargo da Companhia de Saneamento de Senador Canedo (Sanesc). No dia 7 de dezembro de 2017, o engenheiro relata: “Obra concluída, porém a mesma foi alterada na base alimentadora e bloco arranajo (sic) hidráulico e caixa de manobras onde o mesmo deveria abastecer os empreendidos das terras alpha, conforme projeto discutido entre as partes, e regiões adjacentes. O nível mínimo ficou ajustado a 96 cm do solo e posteriormente a 50 cm com a saída do manifoldo.

 

Presidente Eudes Antônio de Castro e a eng. Reosngela (sic) Francisca e outro encarregado Marcelino MAT 440 alteraram sem o conhecimento do autor e QUAISQUER PROBLEMAS passa a ser de responsabilidade dos mesmos, da alteração”. Segundo o documento a obra, tida como finalizada em etapa única, custou R$ 8 mil.

Ele continua dizendo que “o reservatório existente por sua vez seria o determinante de cotas estava previsto somente uma válvula controladora de altitude com DN 200 mm. Agora, por sua vez, todos os reservatórios perderam na concepção o princípio de vasos comunicantes em equilíbrio, no entanto deverá ser empregado na nova concepção, se o fizerem, uma VÁLVULA DE CONTROLE no valor de R$ 135 mil, além de todos os reservatórios perderam a cota primitiva”. O documento está arquivado no CREA-GO.


O Diário do Estado tentou contato nesta sexta-feira com o engenheiro, mas ele não atendeu as ligações nem respondeu as mensagens enviadas. O fabricante do tanque reservatório, o empresário Eurípides Gomes disse que está muito abalado com o que aconteceu e preferiu não se manifestar ainda sobre o assunto.

O reservatório foi construído na gestão do ex-prefeito Misael de Oliveira e colocado em funcionamento no governo do ex-prefeito Divino Lemes mesmo sem a instalação da Válvula de Regulação de Água. A denúncia de que o acidente pode ter sido provocado pela falta da válvula foi repassada ao Diário do Estado na quinta-feira com exclusividade por um funcionário da Sanesc, que alertou que outros dois reservatórios na cidade estão na mesma situação: o Residencial Prado e o da Vila São João.

* Rosana Melo especial para o Diário do Estado

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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