Exoneração do Secretário de Saúde de Goiânia em meio a crise: desafios e intervenção estadual

O Secretário de Saúde de Goiânia pediu exoneração do cargo nesta segunda-feira (16), apenas 12 dias após assumir a posição. Pedro Guilherme Gioia de Moraes afirmou que a intervenção estadual na gestão da saúde da capital tornou seu cargo dispensável. Ele foi o segundo a assumir a pasta desde a prisão do alto escalão da secretaria, investigado por irregularidades nos pagamentos aos fornecedores.

Pedro Gioia justificou sua decisão com a necessidade de um único gestor para enfrentar os desafios atuais de forma mais ágil e objetiva. Ele destacou a importância de centralizar as decisões para evitar problemas de agilidade na resolução das questões. Em menos de 20 dias, Goiânia teve três Secretários de Saúde, com Wilson Pollara sendo preso em 27 de novembro e Cynara Mathias deixando o cargo uma semana após sua nomeação.

A intervenção do governo estadual na saúde da capital foi determinada pela Justiça no dia 9 de dezembro de 2024. O médico Márcio de Paula Leite foi nomeado como interventor pelo governador Ronaldo Caiado, seguindo a indicação do prefeito eleito Sandro Mabel. O Ministério Público de Goiás solicitou a intervenção estadual após identificar irregularidades como sucateamento de unidades de saúde, longas esperas em hospitais, internações inadequadas e retenção de verbas federais.

A crise na gestão da saúde de Goiânia resultou na prisão de membros do alto escalão da Secretaria de Saúde, investigados por suspeita de pagamentos irregulares e desvio de verbas da saúde. Entre as irregularidades mais graves, destacou-se a demora na disponibilização de leitos de UTIs na capital, causando a morte de pelo menos seis pessoas. A situação levou à necessidade de intervenção estadual para garantir a qualidade e eficiência dos serviços de saúde.

Após a exoneração de Pedro Gioia, a Secretaria de Saúde de Goiânia enfrenta um desafio crucial para reestabelecer a confiança da população na gestão pública da saúde. A busca por transparência, eficiência e ética na aplicação dos recursos deve ser prioridade para garantir um atendimento de qualidade à população. A crise na saúde de Goiânia evidenciou a necessidade de uma gestão comprometida e responsável, capaz de lidar com os desafios e garantir a segurança e bem-estar dos cidadãos.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Homem perde R$ 700 mil e casamento por vício em apostas: ‘Desgastado pelo jogo’

Homem conta que perdeu cerca de R$ 700 mil e até o casamento após vício em
apostas: ‘Desgastado’

Homem vendeu bens como carro, casa e loja para continuar com apostas. Ministério Público pediu à Justiça que seja determinado ressarcimento desses apostadores.

Homem conta que perdeu dinheiro e até o casamento após vício em apostas:
‘Desgastado’

Um homem, que não quis se identificar, revelou que perdeu cerca de R$ 700 mil
após adquirir o vício em apostas online, em Goiás. Em entrevista à TV
Anhanguera, ele contou que vendeu os bens como carro, casa e loja para continuar
com as apostas e que, com isso, também acabou perdendo o casamento.

> “Se torna um vício, uma rotina, porque você perde e vai atrás da recuperação
> [do dinheiro]. Quando você vai atrás da recuperação, aí que você se arruína
> ainda mais e começa o endividamento. Eu comecei a desfazer das minhas coisas,
> estou desgastado mentalmente”, contou.

O homem disse que começou a fazer apostas em 2021, focado no campo esportivo.
Ele detalhou que, na época, apostava entre R$ 30 a R$ 50 para tentar ganhar
entre R$ 300 e R$ 400. No entanto, logo passou para o mundo do cassino,
aumentando cada vez mais o valor apostado.

> “Quando eu parti para o mundo do cassino, que é o mais avassalador, que
> destrói realmente a pessoa, eu comecei [a apostar] R$ 50, R$ 100. Por fim, eu
> estava apostando de R$ 1000 a R$ 2000 por rodada”, detalhou.

Ele ainda contou que tenta ficar completamente livre desse vício. Esse caso é apenas um dos vários que existem em Goiás envolvendo o vídeo em jogos de casas de apostas. O promotor de Justiça Élvio Vicente da Silva explicou que o Ministério Público identificou movimentações suspeitas dessas empresas.

“Nós identificamos que 20 empresas possuem o mesmo endereço. Nós pedimos a relação completa para o Ministério da Fazenda, através da Secretaria de Esporte, e lá informa que aqui em Goiás existem três plataformas digitais online. E de cassino”, explicou o promotor.

Além disso, ele explicou que o MP pediu à Justiça que seja determinado o ressarcimento desses apostadores que perderam tudo por parte das empresas de apostas.

> “Estamos pedindo o ressarcimento em relação a todas as vítimas. Para que elas sejam ressarcidas em todas as despesas que tenham ocorrido durante esses transtornos, essas dependências e vícios que os jogos causam”, completou.

O advogado Cícero Goulart representa apostadores de todo o país e está reunindo
relatos e provas dos prejuízos para juntar na ação contra essas empresas.

> “Já temos provas que o sistema é preparado para fraudar. Tem muita gente
> perdendo dinheiro, influenciada pela propaganda, pelos influenciadores e o
> resultado, na maioria esmagadora das vezes, é a perda financeira. A ruína”,
> justificou o advogado.

O apostador que perdeu R$ 700 mil e até o casamento agora tenta se recuperar
depois de tanto prejuízo.

“Não compensa entrar [nesse ramo de apostas]. Sempre fui pobre, mas muito
trabalhador. Consegui minha casa, meus bens, minha lojinha, as coisas que eu
tinha, e a família vê você sendo destruído por isso [apostas], então não é
fácil. Sofri depressão, tomando medicação para me levantar”, desabafou.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp