A expectativa de vida ao nascer no Brasil alcançou 76,6 anos em 2024, conforme divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (28). Esse indicador representa um leve aumento em relação ao ano anterior e confirma a tendência de recuperação após os impactos da pandemia de Covid-19, além de evidenciar o processo de envelhecimento da população. Em termos de gênero, a previsão para homens é de 73,3 anos, enquanto para mulheres é de 79,9 anos.
O aumento na expectativa de vida total em 2024 reflete um acréscimo de 2,5 meses em comparação com o ano anterior. Esse dado é calculado a partir de projeções populacionais que levam em consideração os registros do Censo Demográfico. Para 2024, a população estimada era de 212,6 milhões de habitantes, demonstrando um cenário favorável em relação ao índice de mortalidade infantil. Este último, que avalia a probabilidade de um bebê não completar o primeiro ano de vida, foi de 12,3 mortes a cada 1.000 nascimentos, mostrando uma redução em relação aos anos anteriores.
A diminuição da mortalidade infantil é atribuída a diversas ações de saúde implementadas no país, como campanhas de vacinação, atuação de agentes comunitários, programas de nutrição infantil, acompanhamento pré-natal e incentivo ao aleitamento materno, além de melhorias nos indicadores de renda, escolaridade e saneamento básico. Esses fatores contribuem significativamente para o aumento da expectativa de vida da população brasileira.
As Tábuas de Mortalidade de 2024, elaboradas com base nos dados do Censo Demográfico e do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, revelam a realidade da população em relação à expectativa de vida e aos índices de mortalidade. Observa-se, ainda, a sobremortalidade masculina, principalmente devido a mortes violentas, como homicídios e acidentes de trânsito, associadas aos hábitos de vida dos homens.
Ademais, a desigualdade entre os gêneros também é evidente, uma vez que, aos 20 anos, os homens apresentam uma probabilidade 4,1 vezes maior de não alcançarem os 25 anos em comparação com as mulheres. Essa diferença se acentuou ao longo dos anos devido a mudanças nos padrões populacionais e urbanização. O IBGE destaca que tais informações são cruciais para o cálculo de fatores previdenciários e outras questões relacionadas à seguridade social.
A tendência global de aumento na expectativa de vida é confirmada pela Divisão de População da ONU, que estima que a média de vida no mundo pode chegar a 77 anos até 2050. No entanto, o impacto da pandemia de Covid-19 foi significativo, conforme apontou o IHME, reduzindo a expectativa de vida em 1,6 ano nos primeiros dois anos de surto. Diante desses cenários, o Brasil se prepara para um declínio populacional a partir de 2042, com projeções que indicam um encolhimento progressivo da população nas décadas seguintes.




