Expedição Antártica: Brasil retorna após 70 dias e 29 mil km para analisar impacto das mudanças climáticas

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A expedição à Antártica liderada pelo Brasil retornou ao país após 70 dias e 29 mil km percorridos, trazendo consigo materiais coletados pelos cientistas da Expedição Internacional de Circum-Navegação Costeira Antártica. O objetivo é analisar esses dados para compreender o impacto das mudanças climáticas nas geleiras e como isso afeta o Brasil. A chegada da expedição a Rio Grande (RS) marca o fim de quase 60 dias de navegação intensa.

Durante a expedição à Antártica, os cientistas tiveram a oportunidade inédita de chegar próximo às frentes de gelo, o que permitiu a coleta de amostras biológicas, físicas e químicas. O navio quebra-gelo Akademik Tryoshnikov, do Instituto de Pesquisa Ártica e Antártica, da Rússia, foi especialmente projetado para navegar em águas congeladas e contou com a presença de 57 cientistas de seis países, incluindo Brasil, Argentina, Chile, China, Peru, Índia e Rússia.

Os materiais coletados, incluindo mais de 90 metros de amostras de gelo e seis metros de sedimentos, serão analisados em laboratórios ao redor do mundo. Eles ajudarão a determinar temperatura, salinidade, acidez do oceano em profundidades de até dois mil metros, juntamente com amostras contínuas de dados da superfície oceânica e a liberação de 43 balões atmosféricos, que voaram a até 30 km de altitude.

Segundo a UFRGS, o aumento do nível do mar em 12 centímetros nos últimos 10 anos já é evidente, o que pode impactar diretamente em regiões costeiras, como Porto Alegre. A presença de fuligem de queimadas e microplásticos no gelo antártico também foi detectada pelos pesquisadores, indicando possíveis causas provenientes do vento e da água.

Os resultados da expedição à Antártica não serão imediatos, já que a análise dos dados colhidos levará anos para ser concluída e publicada. No entanto, essas descobertas são cruciais para a compreensão do sistema ambiental global e para antever os impactos das mudanças climáticas no futuro. A ciência, mesmo demandando tempo e dedicação, é essencial para o avanço do conhecimento e a preservação do nosso planeta.

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