Experiência de Goiás no combate ao crime é destaque em painel sobre segurança pública na Expert XP, em São Paulo

As ações realizadas ao longo dos últimos cinco anos na segurança pública em Goiás e o foco dado pela atual gestão do Estado à área foram apresentados pelo governador Ronaldo Caiado a personalidades nacionais e internacionais de diversos setores da sociedade, durante a 14ª edição da Expert XP. O evento é organizado em São Paulo pelo conglomerado financeiro XP e é considerado um dos maiores festivais de investimentos do mundo.

Neste sábado (31/08), último dos dois dias do congresso, o chefe do Executivo estadual participou do painel “A urgência da segurança pública: uma questão de prioridade e quais os desafios”, em que mostrou dados, falou dos entraves superados e projetos goianos que teriam boa aplicabilidade no Brasil.

“Quero transmitir a todas e todos que venham a ocupar futuramente um mandato de governador: priorizem a segurança pública. Foi ela que me deu governabilidade, fez com que eu tivesse condições de chegar a ter o governo mais bem avaliado do país, a educação no primeiro lugar, a saúde interiorizada, os programas sociais. Foi graças à Polícia Militar de Goiás, a melhor do Brasil, graças à Polícia Civil e à Polícia Penal, as mais eficientes, e também à Polícia Científica, rígida no levantamento de crimes. Quando você tem uma segurança eficiente, o crime não toma conta do seu estado”, explicou Caiado.

Entre os números destacados pelo governador, que tem como fonte o mais recente relatório do Observatório de Segurança Pública do Estado, concluído em julho, estão a diminuição de 71,4% no número de roubos de carga, na comparação do último semestre com o mesmo período de 2023, a redução de 37,5% na quantidade de feminicídios, de 31,2% no furto a transeunte, de 31,1% no roubo a transeunte e 27% no roubo de veículos. Sobre homicídios dolosos, a redução foi de 10,6%. Dos 246 municípios goianos, 128 não registraram nenhum homicídio no período analisado.

“Eu disse no meu primeiro dia de governo que ou bandido mudava de profissão ou de estado. Com essa máxima que implantamos, Goiás é, hoje, [o estado] que mais cresce e sem ter um assalto a banco, nunca tivemos um “novo cangaço”, nunca tivemos um carro-forte explodido, nunca tivemos uma invasão de terra, nunca tivemos um sequestro. Isso mostra a inteligência da polícia. Foram mais de mil policiais formados na Inteligência. Hoje, nossa parceria com a Polícia Federal é total. Assinamos convênio com duas plataformas deles sobre crime cibernético e contra pedofilia também. Eu tenho que reconhecer que a governabilidade dada pela segurança me deu tempo de reduzir a pobreza, e, além do mais, tornar o estado atraente para as indústrias e pessoas que querem se instalar em um lugar seguro”, afirmou Caiado.

Exemplo

Ao lado do gestor goiano, participaram do painel o governador do Piauí, Rafael Fonteles, o ministro de Transportes do governo federal, Renan Filho, o diretor institucional da XP, Rafael Furlanetti e o coordenador de Análise Política da instituição, Paulo Gama. A experiência de Goiás no controle da segurança pública foi ressaltada como referência ao Brasil por eles. “Como disse Caiado, temos de encarar o problema de maneira completa. A solução não virá de maneira simples, mas sim com muita integração, muita inteligência e muito diálogo”, frisou Fonteles.

“O governador Ronaldo Caiado, ao mudar a postura de Goiás no enfrentamento da violência, está de parabéns. Concordo integralmente com o que diz sobre ser mais fácil governar tendo bons resultados na segurança. Desta forma, as pessoas ajudam para que esses mesmos bons resultados cheguem em outras áreas. Isso dá estabilidade a qualquer governo”, ressaltou Renan Filho. “Não tem como a gente falar de segurança jurídica, fundamental aos negócios, sem o direito de ir e vir garantido. Para termos segurança pública, é preciso, além da polícia, de toda uma infraestrutura que proteja o cidadão”, pontuou Furlanetti.

Ao concluir, Caiado defendeu a ideia de que o país só será referência no mundo em educação, inovação, economia e desenvolvimento humano se o compromisso contra a criminalidade exercido em Goiás reverberar em cenário nacional. “No momento em que nós avançarmos na segurança pública, com o povo brasileiro tendo liberdade e independência de verdade, a gente decola com um potencial ímpar. Goiás é referência para isso, porque foi em decorrência da segurança que todos os outros segmentos cresceram de forma exponencial no nosso estado”, pontuou o governador.

O evento
Além de segurança pública, a Expert XP, que apresenta como objetivo principal a ampliação da educação financeira, promove debates sobre diferentes assuntos, como finanças, inovação, sustentabilidade e gestão de pessoas. Também estiveram presentes no evento: os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, além do jogador cinco vezes campeão da liga norte-americana de basquete (NBA) e campeão olímpico da modalidade, Earvin “Magic Johnson” Junior, o técnico da seleção brasileira masculina de vôlei e bicampeão olímpico, Bernardinho, e o técnico da equipe masculina de futebol do Palmeiras, Abel Ferreira.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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